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17% das empresas americanas já puniram empregados por violação das políticas de uso de blogs no trabalho

Um estudo sobre prevenção de perda de informações publicado em agosto pela Proofpoint me assustou um pouco. A Proofpoint entrevistou 220 empresas com mais de 1 mil empregados. O relatório produzido mostra que existe uma preocupação enorme com o vazamento de informações via email e que 38% das empresas pesquisadas têm funcionários contratados para fiscalizar os emails que são enviados pelos colegas para fora dos limites da empresa, isto é, aqueles que saem pela internet. Na pesquisa realizada em 2008 este número era de 29%, ou seja, a preocupação está aumentando a galope, apesar de não ter ficado claro prá mim como esta “tal fiscalização” acontece.

A Proofpoint é uma empresa que vende serviços de segurança de TI, especialmente segurança da informação com foco na gestão de emails, portanto é muito conveniente que o resultado do estudo seja assustador pois isto representa mais oportunidades de negócios para eles. Mas, infelizmente, os números não mentem.

Aproximadamente 1/3 das empresas pesquisadas teve pelo menos um caso de empregado demitido por violação das políticas de email nos últimos 12 meses. Me parece um número alto, né?

A preocupação com blogs aparece em destaque.
18% das empresas conduziram alguma investigação por vazamento de dados via blog ou outros fóruns, sendo que 17% das empresas aplicaram alguma ação disciplinar em funcionários que violaram as políticas de uso de blogs.
E mais, 9% reportaram que demitiram empregados por tal violação. Os números são crescentes comparados com os números de 2008.

A pesquisa também analisou a disseminação de informação confidencial e sensitiva através das redes sociais como LinkedIn e Facebook. Aproximadamente 17% das empresas disseram ter encontrado exposição de informação através destes canais, e 8% delas demitiram pelo menos 1 funcionário por conta disso.

YouTube e Twitter também preocupam e o reporte mostra números a respeito. Aliás, o reporte mostra tantos números e dimensões que até confunde. Mas vale circular pelos “findings” do reporte.

Acesse AQUI o press-release para ter um sumário do documento. Mas se você se interessar pelo tema, vá no reporte pois vale a pena. Ele é cheio de informação. Acesse AQUI (você vai ter que responder um breve questionário para ter acesso imediato em seguida).

Me arrisco a dizer que parte do problema vem das próprias empresas, talvez até a maior parte. Conheço várias delas que resolveram lançar blogs antes de se prepararem, ou seja, não pensaram num guia corporativo para uso de mídias sociais, não se preocuparam em educar a força de trabalho a respeito destas novas mídias, seus objetivos e como elas devem ser usadas. O efeito disso é catastrófico, quase sempre gerando uma primeira experiência negativa da empresa e criando barreiras enormes para novas experiências futuras no mundo da web 2.0.

Enfim, você acha que o cenário mostrado no reporte da Proofpoint é coisa somente da terra do Tio Sam? Acha que essa preocupação é exagero das empresas americanas? Independentemente de sua resposta, pode ter certeza que nós aqui no Brasil chegaremos lá rapidinho. Sempre brinco dizendo que se os canais de comunicação e relacionamento das empresas fossem canos de água, eles seriam furadinhos, escapando água por todos os lados. Imagine uma empresa que tem milhares de funcionários. Imagine que a maior parte deles interage diariamente por telefone, emails e reuniões com clientes, parceiros e fornecedores. Ninguém tem controle sobre isso. Você consegue imaginar o montão de informação e dados estratégicos que escapam por todos os lados que nem canos furados? Pois é, esta é a realidade das empresas no mundo de hoje. E nós temos que aprender a conviver com isso e trabalhar para minimizar esse risco evidente. O segredo atrás disso é educação e conscientização da força de trabalho a respeito do que é informação, do quanto ela vale e como ela deve ser tratada.

Acabou-se o que era doce, esta história de controle de informação não existe mais. E viva as redes sociais!!!

Assista abaixo um vídeo “marketeando” o reporte.