The book is on the table.
Tenho que confessar que me surpreendi com a enquete onde perguntei se o livro de papel vai desaparecer no futuro. Quase 20% disseram SIM, que concordam que o livro de papel vai desaparecer. Esperava que o índice de SIMs fosse menor pois este assunto sempre desperta discussões apaixonadas, especialmente para nós, amantes e admiradores daquele cheirinho e daqueles montes de papel em cima da mesa.
O resultado da enquete, no momento em que publico esse post, é: 82 % dizem que o livro de papel NÃO vai desaparecer, enquanto 18% dizem que SIM.
Enfim, não se preocupe se você, leitor, faz parte do grupo que acha que o livro de papel não desaparece. Esse sentimento é normal, afinal você faz parte da maioria.
Você está com o mesmo sentimento que as pessoas tiveram no início do século, quando surgiram os automóveis e todos se locomoviam em belas carruagens e carroças puxadas por animais. Afinal, se dizia na época, que só mesmos loucos entrariam em carroças que funcionavam com motor a vapor e depois a explosão. Há qualquer momento tudo poderia voar pelos ares.
Também é o mesmo sentimento que alimentaram os fabricantes de balões e zepelins. Afinal ninguém voaria numa geringonça mais pesada que o ar. Transporte regular de passageiros por aviões mais pesados que o ar atravessando o oceano Atlântico? Esquece, isso é impossível, é uma lou-cu-ra.
E aqueles que riram com o invento da lâmpada de Edson? Era impossível imaginar a luz elétrica nas ruas e nas casas. Como poderia fazer a energia elétrica chegar nas casas em qualquer canto do mundo? Instalar usinas e depois distribuir a energia por cabos por todos os lados?? Que isso, tá louco? É muito mais fácil acender uma velinha… e ainda fica mais romântico.
E na década de 30 você acha que alguém acreditaria que a caneta esferográfica poderia substituir a elegante e onipresente caneta tinteiro?
E máquina de escrever mecânica que substituiu as cartas de próprio punho?? E que depois desapareceu tragado pelo PC??
Quando o PC surgiu ninguém acreditou que nossas vidas passariam a depender deles para estabelecer relacionamentos, pagar contas e até fazer compras. Quem vislumbrava esse futuro era chamado de sonhador. E olha que isso tudo aconteceu pouco tempo atrás, afinal a IBM tornou o PC comercial no início da década de 80. Ken Olsen, então fundador da antiga poderosa Digital Equipment Corporation, disse em 1977: “Não há razão para que qualquer pessoa queira ter um computador em sua casa”.
Enfim, estamos falando de quebra de paradigmas.
Ok, ok. Não precisa ficar chateado com a minha insistente afirmação de que o livro de papel vai desaparecer. Afinal, eu até acredito que os livros de papel continuarão a existir no futuro, da mesma maneira que ainda existem hoje as carroças, as carruagens, os balões, a caneta tinteiro, a vela de cera, o chapéu, o cartão de ponto, o relógio cuco, o pincel de barba, etc.
Só não vale perguntar pela fita cassete de áudio, pela máquina de escrever e pelo telégrafo.