Trabalho numa empresa americana e várias vezes as diferenças culturais entre os empregados americanos e brasileiros ficam bem evidentes. Em relação a comunicação interna também existem expectativas e percepções diferentes. Numa empresa americana, existe a expectativa de que a informação tem que estar num lugar de fácil acesso e disponibilidade – ou seja, cada empregado toma o seu tempo para se informar. Uma intranet bem montada é o exemplo mais adequado para isso, funcionando como um repositório de informações. Numa empresa brasileira, a gente tem que empurrar a comunicação goela abaixo dos empregados porque senão eles não serão informados. Temos que colocar a comunicação na cara dos empregados. Duas culturas, duas abordagens e expectativas diferentes. A americana entrega para o funcionário a responsabilidade de se informar. A brasileira retira a responsabilidade do empregado. Parece que ele fica isento de ter que procurar informações e separar um tempo para se informar. Claro que fui extremista nas duas situações. Mas usei esses extremos para ilustrar uma visão antiga e uma visão moderna da comunicação interna nas empresas. No mundo atual, com a profusão e facilidade de acesso à informação, é o leitor que decide o que e quando quer se informar. É ele, soberano, que decide o que ler. É assim que funciona nos googles, orkuts, blogs e fóruns da vida. Ou seja, é bem diferente do passado quando a revistinha e o mural eram as únicas duas fontes de informação dos empregados dentro das empresas. Resumindo tudo isso que falamos: comunicação goela abaixo não funciona. Só serve para satisfazer a ansiedade de alguém.
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