Texto meu publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo.
Analistas da Morgan Stanley da Europa convidaram Matthew Robson, um de seus estagiários, vindo de uma escola londrina, com 15 anos e sete meses de idade, para descrever os hábitos de uso de mídia dos jovens de sua geração. Essa descrição ficou tão boa que acabou virando um “paper”, publicado com pompas e circunstâncias no dia 10 de julho. E acabou bombando na web nos últimos dias (claro que a turma de press relations do Morgan Stanley ajudou um pouco, rsrsrs).
Muitos blogs deram destaque ao assunto. Para dar uma idéia, o Financial Times destacou o relatório em sua primeira página. O Morgan Stanley considerou o conteúdo como “um dos insights mais claros e mais geradores de reflexão que já vimos”. Salvo os exageros, acho que o reporte tem coisas interessantes sim. Acesse AQUI.
Ele confirma algumas percepções que temos, como por exemplo:
– a geração mais nova está cada vez mais consumindo mídia, mas não está disposta a pagar por ela. Portanto, não fale em conteúdo pago para essa turma pois ela não absorve muito bem essa proposta;
– A turma ainda vê TV, mas os jornais não estão sendo lidos. Ele afirma que nenhum jovem lê jornal regularmente. E cita que sua geração “não vai se dar ao trabalho de ler páginas e páginas de texto quando pode ver as notícias resumidas na internet ou na TV”.
Por outro lado, ele escreve algumas observações surpreendentes:
– Os adolescentes não usam o Twitter. Eles entram, experimentam um pouquinho e saem. A percepção é que ninguém tem paciência para atualizá-lo e, portanto, não vale a pena perder tempo com isso;
– Apesar dos jovens não terem o costume de ler regularmente os jornais pagos, eles lêem os jornais baratos e os gratuitos. E um dos motivos é o formato tablóide, que facilita e dá mais conforto para leitura dentro do metrô ou trem (nunca pensei que os jovens valorizariam isso)
Matthew diz que a juventude considera os pop ups e banners “extremamente chatos e sem sentido”. Ou seja, eles são desprezados por serem intrusivos. No entanto, a nova geração gosta do que chamamos de “marketing viral”, especialmente “pelo conteúdo interessante e bem humorado”. Diz ainda que os jovens são “muito relutantes” em pagar por música e muitos nunca compraram um CD. A maioria baixa músicas ilegalmente da internet. O reporte ainda cita o que é legal e o que não é.
O que é legal: – qualquer coisa com “touch screen”; – celulares com grande capacidade para armazenar música; – dispositivos portáteis que possam se conectar a internet, como o iPhone; – TVs de tela grande.
O que não é legal: – qualquer coisa com fios; – celulares com telas preto e branco; – celulares tipo “tijolo”; – dispositivos com baterias que duram menos de 10 horas.
Enfim, o relatório é interessante pois é o retrato do jovem de hoje, que já é um grande consumidor de mídia e que será o adulto ainda mais devorador de mídia num futuro muito breve, liderando as empresas e constituindo famílias.
É para ele que os profissionais de marketing e comunicação têm que trabalhar hoje. São eles que vão me aposentar… rsrsrsrs. É melhor começar a trabalhar para eles já.