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As eleições de 2010 poderão ser diferentes no Brasil

Texto meu publicado no blog Nós da Comunicação Eu não estou certo se o título do texto é uma afirmação ou uma esperança, mas acho possível imaginar que as eleições brasileiras deste ano serão diferentes em função dos mais de 75 milhões de internautas que teremos em outubro. O poder das redes sociais será capaz de influenciar o processo eleitoral, não exatamente como um palanque eletrônico para os candidatos, mas sim pela influência causada pelas opiniões de milhões de pessoas via Twitter, blogs e redes.


Não me parece que teremos algo parecido com a campanha de Obama por aqui, até porque nenhum dos candidatos a presidente tem demonstrado um movimento estruturado e forte nas redes sociais. Dos candidatos, acho que José Serra merece ser citado, pois vem tendo atuação regular no Twitter com mais de 158 mil seguidores. Acesse o Politweets e veja os políticos que estão usando o Twitter.

O fato é que o cenário eleitoral de 2010 é muito diferente do contexto de 2006. A internet parecer ser a saída para os eleitores fugirem dos tenebrosos programas dos horários gratuitos de rádio e TV. Eu não creio que a maioria dos internautas entrará proativamente na internet em busca de debates e comícios virtuais, mas acredito que o interesse pela internet vai superar o interesse pela televisão. Você acredita que o cidadão se postará na frente do YouTube para assistir a algum comício? Eu duvido, aliás, duvido muito. No entanto, acho muito possível que tenhamos dezenas ou centenas de milhares de eleitores seguindo seus candidatos no Twitter, que hoje é uma febre crescente no País.

Uma matéria sobre o tema publicada na revista ‘Veja’, chamada ‘A disputa na arena digital’ (edição 2144 de 23 de dezembro de 2009), faz uma citação interessante. Diz que o Twitter poderá funcionar como um palanque eletrônico. Imagine um candidato que consiga, por exemplo, 50 mil seguidores em seu Twitter e que, em média, cada um de seus seguidores tenha, digamos, outra centena de seguidores. Cada mensagem desse político chegaria quase instantaneamente a 5 milhões de pessoas. O Brasil possui, hoje, mais de 1,3 milhão de usuários no Twitter, e o número continua crescendo, o que representa uma massa considerável de formadores de opinião.

Segundo a mesma revista ‘Veja’, mais de 90% dos tuiteiros do Brasil vivem no Sudeste e no Sul do País, sendo que quase metade mora em São Paulo e tem entre 21 e 25 anos. A maioria tem alto nível de escolaridade (70% tem ensino superior completo ou cursa pós-graduação). Imagine parte dessas pessoas se articulando através das redes sociais em favor de um ou mais candidatos. A influência via redes sociais poderá ser decisiva nas eleições brasileiras de 2010, tudo dependerá da capacidade dos candidatos e partidos entenderem a nova sociedade digital em que vivemos, seu potencial para o bem e para o mal.

Só não pode acontecer o que ocorreu comigo minutos atrás ao escrever este artigo. Veja a imagem.


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