Pular para o conteúdo

Comunicação Interna: As pessoas querem ouvir histórias de pessoas

Imagine que você trabalha na empresa XYZ e é o responsável pela comunicação interna. A XYZ conquistou o maior contrato de sua história e você tem que comunicar para todos os funcionários esta grande conquista. Imagine a história contada de três formas diferentes. Veja a chamada para a notícia que seria publicada na intranet.

1
Título: XYZ fecha o maior contrato de sua história
Chamada: A XYZ acaba de fechar o maior contrato de sua história. Vamos compartilhar esse nosso momento de conquista. Com esse contrato, a XYZ se posiciona de maneira diferenciada no mercado.

2
Título: Presidente anuncia o maior contrato da história da XYZ
Chamada: Presidente Pimentel comemora a assinatura do maior contrato da história da XYZ e fala da importância desse momento.

3
Título: João Marcos conta todos os segredos de como ele conquistou o maior contrato de todos os tempos.
Chamada: A assinatura do maior contrato da história da XYZ teve a liderança do gerente de contas João Marcos. Aqui ele conta todos os segredos dessa grande conquista.

Olhando as 3 alternativas acima para anunciar o mesmo caso, qual você acha que despertaria o maior interesse dos funcionários da XYZ? Considere que esta notícia seria publicada na intranet e você quer que o leitor clique na chamada da notícia para buscar mais informações.

A minha experiência mostra que a opção 3 é a que mais desperta o interesse do leitor, pelas seguintes razões:

1- A chamada fala em “todos os segredos”, isso instiga e gera curiosidade (quem não quer saber um segredo?);

2- A chamada cita o João Marcos, que é “gente como a gente”. Não é o presidente. Não é o diretor. Isso aproxima o caso dos colaboradores pois mostra o sucesso contado por um colega de trabalho e não por um executivo;

3- A chamada cria o conceito de “herói”. As pessoas adoram heróis, especialmente quando eles são “gente comum” e contam todos os segredos. O mundo da comunicação é feito de heróis e malvados, mocinhos e bandidos. Pegue a primeira página de algum jornal brasileiro e faça o teste. Escolha uma matéria e tente identificar quem é o mocinho e quem é o bandido.

Vale dizer que as três alternativas acima sugerem três matérias diferentes.
A primeira seria mais institucional.
A segunda também seria institucional, mas alavancaria a figura do presidente.
A terceira seria bem pessoal e consiste basicamente de uma entrevista.

A minha avaliação é baseada na experiência que temos na empresa onde eu trabalho. As comunicações que contam experiência pessoal são sempre as mais acessadas e discutidas. As pessoas querem ouvir histórias de pessoas, querem heróis, saber de conquistas pessoais, compartilhar experiências e “dicas” de como trabalhar melhor e conquistar sucesso. Fazer a comunicação interna se aproximar desse “desejo” deve estar no radar de qualquer profissional de comunicação das empresas.

Por fim, a terceira alternativa ficaria ainda melhor se fosse feito um vídeo de 3 a 5 minutos com a entrevista de João Marcos. Imagem e voz compõe uma solução muito mais interessante do que uma matéria escrita. Qualquer máquina fotográfica digital de hoje permite fazer uma entrevista filmada de forma simples e com qualidade.