Semanas atrás eu recebi uma mensagem no LinkedIn de um sujeito que eu não conheço, com uma proposta esquisita. Ele dizia mais ou menos assim:
“Oi, Mauro, Meu nome é Fulano e acompanho o seu blog já há algum tempo. Admiro o seu trabalho…” e blá, blá e blá. No final da mensagem ele dizia que ia fazer um endorsement a meu respeito no LinkedIn e me pediu o mesmo como cortesia. Ou seja, o sujeito veio me pedir que eu fizesse um endorsement sobre ele, que nunca vi “mais gordo”.
Respondi delicadamente que eu não o conhecia e portanto seria impossível citar qualquer referência ou endorsement.
Ele me respondeu dizendo que entendia o meu ponto, mas que eu poderia dar um endorsement mais genérico, citando algo mais comportamental, como “forte espírito de time”, “determinado”, ou algo do tipo. No final, para meu espanto, ele disse que isso já era uma espécie de prática de mercado, ou seja, “eu endorso você… e você me endorsa”. E disse que todos respondem positivamente para ele.
Como assim? Fiquei surpreso e decepcionado. A primeira percepção é que o endorsement do LinkedIn pode ser um tremendo engodo, onde pessoas escrevem e apertam o botão de forma inconsequente e descomprometida. A segunda onda no pensamento foi imaginar se os caçadores de talento na web estão realmente levando a sério os endorsements. Será que os RHs das empresas, que vêm usando fortemente o LinkedIn como um aliado confiável na busca de profissionais, têm consciência dessa “prática de mercado” citado pelo “meu amigo virtual”? Uma espécie de “tomá lá, dá cá”…
Infelizmente, eu estou inclinado a acreditar que uma boa parte dos endorsements no LinkedIn não são realmente confiáveis. Os relacionamentos na web, especialmente nas redes sociais, são voláteis, privilegiando mais o contato rápido e superficial do que uma relação mais profunda e densa, isso faz com que nossas “curtidas” e conversas sejam mais inconsequentes. Gostei do que li? Achei interessante? Aperto o “curtir”. Puxa, o meu amigo que não vejo há muito tempo escreveu uma coisa legal? Aperto o “like”. E por aí vai… A impressão é que o endorsement pode estar se tornando uma espécie de botão de “Curtir” ou de “Like”, onde a facilidade e a conveniência do pressionar de um botão pode transformar uma declaração em algo leviano, um pouco irresponsável e inconsequente.
E, por fim, em relação ao pedido do mais novo amigo virtual, eu fiquei devendo…