Obrigado ao Reinaldo Bulgarelli. Esse post foi inspirado em sua brilhante apresentação no mês passado.
Somos 7 bilhões de pessoas no mundo. Você vai no supermercado, na sessão de higiene, pega o produto e lê: “shampoo para cabelos normais”. O que é cabelo normal? Liso? Enrolado? Escuro? Claro? Pichaim? Anda mais alguns metros e lê: “bandaid cor da pele”. Mas qual é a cor certa da pele?
Enfim, vou começar de novo…
Somos 7 bilhões de pessoas no mundo. Todas diferentes, todas certas e todas “normais”.
No censo recente do IBGE, 51% dos brasileiros se colocaram como negros… normais.
Há 40 anos ocorreu a entrada das mulheres de forma massiva no mercado de trabalho. No entanto, hoje, 90% das empresas brasileiras ainda são dirigidas por homens.
Como uma empresa que vende para determinada classe social pode não ter funcionários dessa classe trabalhando dentro da empresa? Para quem você está vendendo? Com que você está falando? Como vender para a classe emergente se ninguém de sua empresa é dessa classe ou viaja de ônibus?
Imagine uma empresa. O que é ser normal dentro de uma empresa?
Estamos falando de diversidade.
As redes sociais, por teoria, formam o meio mais social, democrático e diverso que existe. Nelas você pode conversar com qualquer um, em qualquer tempo e de qualquer lugar. Mas tal qual o “shampoo de cabelos normais”, nós temos nossos paradigmas e padrões. E, dessa forma, nossa rede de amigos nas redes sociais segue esse modelo mental de nos juntarmos a grupos homogêneos de pessoas, parecidas com a gente.
Infelizmente, os mecanismos existentes nas mídias sociais instituídos pelo Google e Facebook, por exemplo, aprendem o nosso comportamento na web e nos fazem, de maneira nem sempre explícita, a nos juntar e a nos relacionar com pessoas que têm pensamento, comportamento e conceitos parecidos com o que demonstramos na web. Ou seja, ironicamente, as redes sociais muitas vezes nos isolam, ou nos confinam com seres parecidos com a gente, em vez de prover mais diversidade e alternativas.
Pense nisso. Exerça diversidade nas redes sociais, procure se relacionar com pessoas que pensam diferente de você, que desafie seus conceitos e que permita você ter novas abordagens de conceitos já instituídos em sua mente. Leve esse comportamento para dentro da empresa. Seja mais do que embaixador dessa crença, exerça esse papel. Existem demandas que não são fáceis de se compreender e empreender em um grupo muito homogêneo. Por sinal, você tem cabelos normais?