Mais uma vez não resisti e escrevi demais. Vou ter que dividir tudo que ainda tenho que dizer em mais dois posts. Portanto, ainda falta mais um pouco para o meu post número 3, que será o último da série #Cannes .
Apesar de algumas críticas nos meus posts anteriores, eu tenho que ser justo e reconhecer que o festival é uma experiência única. Enquanto os criativos e os gestores das agências estavam interessados em saber quem seriam os ganhadores dos Leões, eu fiquei mais ligado nas palestras. Assisti várias sessões bem legais. As que mais gostei foram aquelas relacionadas à transformação que a indústria da publicidade está passando, as novas mídias e tecnologias.
Uma das palestras mais interessantes foi a de Malcolm Gladwell, pensador, jornalista e autor de livros como Blink e The tipping Point. Ele falou sobre inovação, seus paradoxos, contou muitas histórias interessantes e defendeu veemente que ser o terceiro é bem melhor do que ser o primeiro. Gladwell disse que, para inovar, você precisa estar esfomeado e desesperado e que as empresas que passam por crises imensas são as que mais têm chances de criar algo diferente. “Abundância de recursos e de cérebros nem sempre ajuda a inovação, muitas vezes até atrapalha”. Gladwell também disse que as empresas têm ansiedade de serem as primeiras (especialmente no lançamento de produtos e serviços inovadores), mas isso não garante o sucesso. “Você não precisa ser rápido, precisa ser brilhante“, falou Gladwell apontando o dedo para platéia em tom professoral. E citou vários exemplos para justificar sua tese. O “Garfunkel” (sim, sim, ele parece o Garfunkel!!) mandou bem. Polêmica é sempre bom.
A apresentação de Mark Holden, Diretor de Estratégia e Planejamento da agência PHD, foi bem impactante. Ele desfilou várias tecnologias que ainda estão nos laboratórios e que irão para o mercado em breve, a maioria até 2016. Falou em TVs inteligentes, as telas com NUI (Natural User Interface – lembra do filme Minority Report onde Tom Cruise interage fazendo movimentos e tem reconhecimento facial?? Isso é o NUI), telas OLED transparentes e flexíveis, Graphene (que vai permitir smart devices flexíveis – imagine você enrolar ou dobrar o seu tablet e coloca-lo no bolso), voice recognition, NFC (Near Field Communication), novas baterias (que vão durar 400 vezes mais do que hoje) e um monte de outras novidades. Eu, que gosto de tecnologia, saí entorpecido com tudo que vem pela frente ainda nessa década. Tudo isso vai transformar completamente a publicidade, o marketing e a comunicação como conhecemos hoje. Pelo visto o número de gadgets vai aumentar muito.
Cheguei cedo para ocupar uma posição estratégica no auditório para ver Arianna Huffington, idealizadora e gestora do Hunffington Post (chamado de HuffPo) até o início desse ano (o Huffpo Foi comprado pela AOL). Ver mais AQUI. Fico triste ao dizer que Arianna não foi toda a Coca-cola que eu esperava. Faltou presença de palco e entusiasmo. Ela foi menos brilhante no microfone do que na gestão do HuffPo. Mas, enfim, já coloquei no currículo que assisti Arianna ao vivo, afinal acompanho o projeto do HuffPo há vários anos.
A apresentação Smart TV feita pela Sansumg me chamou a atenção. A empresa mostrou a TV do futuro, integrada à internet e a todos os gadgets à sua volta. Achei interessante e saí convencido de que a TV não vai desaparecer, é até capaz dela sair fortalecida de toda essa transformação que o mundo da tecnologia está passando. Definitivamente a antiga cena da família reunida no sofá vendo TV não será mais realidade. Assistir a TV do futuro será, antes de tudo, uma experiência individual, o equipamento vai estar customizado para cada indivíduo. Pelo jeito teremos várias delas dentro de nossas casas, em todos cômodos, nos mais diversos tamanhos e com objetivos diversos. O conteúdo da apresentação foi muito bom e fiquei imaginando aquela apresentação sendo feita pelo Steve Jobs. Definitivamente os asiáticos não são bons de palco. Apesar de eu ter gostado, teve gente que não gostou tanto, como a resenha publicada no excelente blog @marketingweek.
Além de assistir as palestras, circular pelo Palais é uma atividade indispensável. Existem espaços de exposição onde os participantes podem ver os trabalhos selecionados, interagir com alguns expositores e receber o material impresso que diariamente é distribuído. Aliás, o pessoal das agências e empresas não perde a chance de fazer propaganda nem aqui, ao longo do festival. Durante todos os dias eles distribuem folders e “santinhos” propagandeando as palestras e apresentações. No final do dia você sai cheio de papéis nas mãos. Juntei alguns e tirei a foto abaixo. São todos “santinhos” tentando cativar você para as palestras. Nem precisava, os auditórios ficaram lotados todos o tempo. Clica na foto para ver melhor.
Em breve eu publico o último post da série #Cannes .