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O avô, o neto e a máquina de escrever

Texto publicado no blog Foco em Gerações.


Eric olhou, olhou de novo, deu um passo pro lado para ver melhor, mas ele ainda não havia entendido para o que aquilo servia.

O avô exclamou: – É uma máquina de escrever.

Escrever? Huuummmm, isso o Eric sabia. Ele tinha recém aprendido a ler e escrever. Olhou para aquilo e reconheceu as letras desenhadas nas teclas redondinhas.

Levantou o rosto e fitando o avô soltou: – Parece um teclado, mas cadê a tela? Este computador tá quebrado?

O avô apenas sorriu e disse que aquilo não era um computador. Repetiu que era uma máquina de escrever. O semblante do neto não mudou. Ele ainda não entendia como aquilo funcionava, nem para que servia.

O avô pegou uma folha em branco e introduziu na máquina. Puxou uma pequena alavanca, colocou a folha no espaço correto, girou o rolo e voltou a alavanca para a posição original. Tudo isso acompanhado de uma série de barulhos mecânicos. O avô, então, apertou em sequência quatro teclas: E – R – I – C.

O barulho das batidas assustou o neto, que deu um passo para trás e exclamou: – Vô, tá quebrado?

O avô riu. E mostrou no papel o nome do neto. Eric se aproximou e deu um sorriso: – É meu nome!

O avô abraçou o neto e deu um beijo em sua testa. Eric, fazendo pouco caso do beijo do avô, perguntou: – Vô, como faz?

O avô escreveu outras palavras para mostrar como fazer.

Eric então decidiu tentar. Mas, ao pressionar as teclas, sentido dificuldade, olhou para o avô: – As teclas estão duras. Este computador tá quebrado.

O avô explicou que aquela era uma máquina mecânica, que tinha de fazer força, que quando ele apertava as teclas, aquilo nada mais era que uma alavanca. Eric não parecia muito interessado. O avô, então, chamou-o para ver atrás da máquina: – Viu? Não tem fio ligado na tomada. Esta máquina é puramente mecânica.

A esta altura, Eric já havia descoberto a máquina e começara a escrever várias palavras. Sentia alguma dificuldade, pois as teclas continuavam duras, mas estava se divertindo. A diversão durou exatos 5 minutos. Eric se afastou da máquina e, virando-se para o avô, exclamou: – Vô. Eu ainda não entendi direito para que serve, mas este computador tem uma coisa melhor do que o meu.

O avô chegou mais perto do neto, levantou os olhos por cima dos óculos, sorriu e perguntou: – Diga então. O que você gostou na máquina?

E Eric respondeu: – Olha só, a gente bate aqui e ele já imprime na impressora. E eu nem tenho impressora…

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