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O desafio de se descobrir e ser você mesmo



Dias atrás, quando eu estava tomando banho, o sabonete caiu no chão e fui pegar. Ao me abaixar, vi a sombra formada no chão do box. Era a sombra de mim mesmo. Fiquei olhando a minha sombra, com a água quente escorrendo nas costas. De repente, em poucos segundos, toda a minha vida passou na cabeça como um filme. Essa não foi a primeira vez que me pego assim. Aí peguei o celular e fiz a foto que ilustra este post.

Nos últimos anos, quando me vejo no espelho, duas sensações me despertam. Isso acontece em todas as vezes, sem exceção. A primeira é que tenho dificuldade de me reconhecer. Meus cabelos estão cada vez mais ralos e brancos. As rugas aparecem. A jovialidade da minha pele está indo embora. Enfim, vejo na minha frente os efeitos inadiáveis da idade. Afinal, tenho 61 anos. Parece que minha cabeça não entende muito bem isso, mesmo considerando que o corpo emite sinais diários evidentes do passar da idade. Confesso que as vezes não me reconheço no corpo que tenho.


O segundo efeito, esse sim mais perturbador, é olhar esse ser desconhecido refletido no espelho e perguntar o que ele deseja fazer com a sua vida. Nos últimos dois anos eu me questiono quase todos os dias.


Quem sou eu? O que eu quero fazer com a minha vida? Como viver uma vida que realmente valha a pena? Ou uma pergunta ainda mais básica: o que é uma vida que vale a pena?


Esses dilemas profundos me despertaram uma paixão pela filosofia e aceleraram fortemente o meu processo de espiritualização. Também me provocaram um repensar de prioridades, planos futuros e vida presente. Estou mais minimalista e com ansiedade reduzida. No entanto, estou muito mais sedento por me conhecer melhor, entender o meu interior… o meu eu. E isso me gera inquietude.


Como já escrevi em outros textos no blog, passei a minha vida buscando viver modelos de pai, marido, filho, trabalhador, chefe, líder, cidadão etc. Em nenhum destes papéis me senti verdadeiramente realizado. Acho que nunca fui bom em nada, apesar de alguns amigos e colegas me falarem o contrário (mas são amigos, né?). Acho que foi pior, sempre achei que eu não estava fazendo o suficiente. De forma consciente, ou não, eu nunca fui essencialmente eu mesmo, mas sim o que o mundo e as pessoas me demandavam. Isso tem muita relação com a tal “síndrome do impostor”.


Eu tenho consumido muito conteúdo na busca de me conhecer melhor. É quase uma obsessão. São livros, podcasts, blogs, filmes e vídeos. Conhecer as histórias de outras pessoas é uma atividade riquíssima, porque provoca reflexões, apresenta outros pontos de vista, gera o contraditório e abre novos caminhos e possibilidades em minha mente. Por isso eu gosto tanto de compartilhar a minha história pessoal, para poder receber outras na mesma proporção.


Um dos conteúdos que mais me ajudaram nesse caminho de autodescoberta foi a palestra do TEDx “A arte de ser você mesmo”, de Caroline McHugh. Ela é palestrante e fundadora da IDology, uma consultoria em desenvolvimento pessoal e corporativo.


Esta palestra do TEDx já teve mais de 13 milhões de visualizações. O vídeo disponível tem legendas em português, basta configurar.



Em sua palestra, Caroline diz que quando nos olhamos no espelho nós estamos buscando por reafirmação. Talvez seja isso mesmo. Quando me olho no espelho, inconscientemente eu tento buscar a pessoa idealizada por mim mesmo em minha mente: o Mauro mais jovial, mais bonito, a pessoa de sucesso que persegui nas diversas fases de minha vida etc.


Até dois anos atrás, eu estava na “vibe” da vida, com tudo acontecendo de forma acelerada. Eram tantas coisas acontecendo que eu não tinha tempo para pensar. O importante era rodar todos os pratos, alguns caíam, eu tratava de retorná-los, e assim eu levava a vida. Não havia tempo e espaço para discutir se fazia sentido aquela minha vida. E foi assim durante dezenas de anos, “brigando” pela evolução da carreira, “felicidade” da família, desenvolvimento dos filhos etc. Enfim, abraçar o mundo. Em minhas autoanálises, eu considerava que este era o caminho para ser bem-sucedido na vida.


O meu sabático de dois anos me provocou (e ainda vem me provocando) uma transformação profunda e uma ressignificação da vida. O Mauro pseudo bem-sucedido se foi.


Atualmente, quando me vejo no espelho, talvez eu não esteja procurando exatamente por reafirmação, como diz Caroline, mas sim por revelação.


Diante do espelho, muitas vezes eu não me reconheço. Não sei quem é aquele ser refletido no espelho. Apenas sei que aquele não sou eu. Isso me provoca angústia e intensifica a busca do meu interior. Qual é a minha verdadeira identidade?


Em sua palestra, Caroline convida as pessoas a fazerem um exercício.


Ela propõe uma pergunta: Quais pessoas que conhece que você avalia como notáveis ou bem-sucedidas na vida?


Ela não está perguntando sobre pessoas bem-sucedidas financeiramente, mas pessoas que alcançaram o que elas se propuseram a fazer, pessoas que você admira e que te inspiram.


Eu pensei em celebridades e pessoas do meu círculo social. Ao identificar esses seres humanos, imediatamente eu os qualifico como pessoas especiais e extraordinárias. Lembro que, ao longo da minha vida, por diversas vezes, eu observei melhor algumas destas pessoas e, intuitivamente, tentei imita-las, tentando me espelhar nelas para também ser bem-sucedido.


Curiosamente, segundo Caroline, as pessoas “de sucesso” não têm tantas coisas em comum. Aliás, algumas são bem diferentes entre si, porém ela afirma que existe um fio que liga as pessoas bem-sucedidas: esses seres humanos descobriram que o principal presente que o universo deu para eles quando eles encarnaram é se colocar a serviço dos seus objetivos e sonhos… e não dos outros.


Portanto, na prática, se espelhar em pessoas bem-sucedidas é um exercício em vão. Pode até ajudar na identificação de boas práticas e bons comportamentos, mas não funciona. Caroline afirma que o segredo é você ser tão bom em ser você mesmo quanto eles são em serem eles mesmos. A individualidade é tudo que tem que ser. Parece que as pessoas têm medo de serem elas mesmas.


É impossível dizer quantas vezes eu recebi o conselho “apenas seja você mesmo”. E, também, quantas vezes eu dei o mesmo conselho para amigos e colegas de trabalho. Agora, refletindo bem, acho que isso nunca foi suficiente e verdadeiramente útil, especialmente quando não temos clareza do que significa “sermos nós mesmos”.


O que mais me impactou neste vídeo do TED foi o círculo do “Complexo do Eu”. São círculos concêntricos. Os círculos moldam os tipos de imagens que fazemos de nós mesmos. Eu me encaixei perfeitamente.



Eis os 4 tipos, do círculo maior para o círculo menor.

1- PERCEPÇÃO – O que os outros pensam sobre você


A primeira imagem tem a ver com a sua PERCEPÇÃO sobre o que OS OUTROS PENSAM SOBRE VOCÊ. Essa imagem está muito ligada à necessidade de se sentir amado, de receber aprovação e de se sentir reconhecido. Caroline diz que vê mulheres sofrendo mais disso do que homens.


Eu me vi completamente nisso. Reconheço que passei a vida toda procurando receber aprovação das pessoas, de me sentir querido, em todos os meus contextos de vida, desde família até trabalho. Isso sempre foi de extremo valor para mim, moldando meus comportamentos e decisões, me fazendo abrir mão de minha individualidade e desejos para atender a demanda do mundo.


Segundo Caroline, precisar da aprovação de outra pessoa, amar a opinião de outra pessoa e se iludir achando é que sua, é uma das piores coisas que você pode fazer para ser você mesmo.

Nós nunca deixamos de ter percepção, portanto o importante é como se sentir livre e viver bem sem o peso da percepção. Como fazer isso? O próximo círculo sinaliza o caminho fundamental para isso.



2- PERSONA – Quem você deseja ser (ou o que você deseja que os outros pensem sobre você)


A segunda imagem de você é sobre QUEM VOCÊ DESEJA SER. Tem a ver com possibilidade e suposição. Essa imagem é que faz você estar em um processo de melhoria e desenvolvimento contínuo, buscando ser a sua melhor versão.


É a partir da imagem de quem você deseja ser que você se livra da necessidade de agradar às outras pessoas e consegue avançar na busca de ser você mesmo.


Para mim, esse é o exercício mais importante. É aqui que estabelecemos uma linha de chegada possível e razoável para nós mesmos. É aqui que a filosofia tem sido muito importante para mim, pois me ajuda a entender o meu papel no universo e qual papel quero desempenhar nesta fase da minha existência. Aqui criamos elementos para acalmar ou incendiar a nossa alma.


Aplicando o círculo do “Complexo do Eu” em minha vida, este é o círculo que mais me incomoda nestes últimos dois anos. Se não tenho clareza de quem sou eu, pelo menos eu tenho que ter clareza de quem não desejo ser.

Pensando com a minha cabeça de engenheiro, o resultado da diferença existente entre os círculos de PERCEPÇÃO e PERSONA é o nível de nossa satisfação e bem-estar interno. Ao estabelecer expectativas concretas, sonhos possíveis e resultados alcançáveis para o meu círculo de persona, maior será a chance deste gap ser reduzido, trazendo maior possiblidade de me sentir em paz e feliz.


Idealmente, quando os círculos de PERCEPÇÃO e PERSONA se encaixarem completamente, aí estaremos em paz com nós mesmos.


3- EGO – O que você pensa sobre você (ou como você se autoavalia)


A terceira imagem significa O QUE VOCÊ PENSA SOBRE VOCÊ MESMO e isso tem muito a ver com o ego. Nesse caso, surgem dois extremos: a autocongratulação e a autopunição.


A autocongratulação acontece naqueles dias em que tudo dá certo, que você consegue desempenhar bem as suas tarefas e se sente feliz com isso. Isso alimenta o seu interior e te gera energia, entusiasmo e esperança. Já a autopunição ocorre nos dias em que parece que tudo dá errado para você, provocando uma sensação de incapacidade e frustração. Isso te definha, consome suas forças e te joga para baixo.


Parece que passamos a vida inteira tentando estabelecer um relacionamento estável e saudável com nosso ego.


O grande desafio é tirar o ego de sua posição dominante e colocá-lo no seu devido lugar, para que ele esteja a nosso serviço. Para alcançarmos isso, precisamos encontrar um ponto de equilíbrio entre os dois extremos citados acima. Imagine um estado de espírito em que você não é perturbado pelas coisas boas ou ruins que acontecem ao seu redor. Isso somente se torna alcançável quando conseguimos desenvolver uma personalidade baseada na autoconfiança e na humildade.


A humildade é a indiferença em ser o centro das atenções. Nos dias atuais das redes sociais e na busca por protagonismo a qualquer custo, alcançar este estágio parece ser muito difícil e contraditório.


Apesar de Caroline não citar, eu vejo um outro ponto nesta equação que é aprender a conviver com nossas vulnerabilidades. Reconhecer os nossos pontos de fraqueza e aceitá-los é importante para o nosso processo de autoconhecimento e desenvolvimento pessoal. Conviver bem com nossas vulnerabilidades acalma o animal inquieto do nosso ego.


Nesses últimos anos eu tenho trabalhado muito essa questão de humildade e vulnerabilidade. Eu venho retirando todas as fantasias e armaduras que vesti e que fui acumulando ao longo do tempo. Esse exercício de me desarmar e desnudar tem sido desafiador, até porque cada vez que tiro uma armadura, descubro que tenho uma outra embaixo dela. Esse é um processo parecido com o descascar de uma cebola.


Em resumo, estou plenamente convencido de que humildade e vulnerabilidade são elementos básicos para desenvolver um estado inabalável para conseguir ser eu mesmo.



4- SELF – O verdadeiro você

A última imagem é sobre O VERDADEIRO VOCÊ. É quem você é de verdade.


Observação: Em inglês existe o termo chamado SELF, usado por Caroline, que designa “quem realmente somos”. Infelizmente, em português não existe tal termo. Eu pensei em usar o termo IDENTIDADE, mas acho que isso não seria fiel e poderia confundir. Por isso optei em manter SELF.


Caroline exemplifica essa imagem contando um exemplo de Gandhi. Certa vez, uma jornalista o questionou com a seguinte pergunta: “Gandhi, qual é a sua mensagem para o mundo?” O sábio se virou para o jornalista e respondeu: “Minha vida. Minha vida é a minha mensagem.


E Caroline explica: “A sua vida é a sua mensagem. Pode não ser tão grande quanto a de Gandhi, mas a sua vida tem que ser a sua mensagem. Você não é o que você tem. Você não é o que você faz. Você não é quem você ama, ou quem ama você. Tem que haver uma coisa abaixo disso tudo.


O círculo SELF é o mais misterioso para mim, mas as coisas estão evoluindo. Eu ainda não sei quem sou eu, mas estou conseguindo me libertar de vários Eus que eu instituí para mim ao longo do tempo. Isso é um processo e leva tempo. Estou convencido de que eu não sou o que imaginava ser ao longo das últimas décadas de vida, e isto é um grande avanço.


José Sanchez, em seu texto “Você tem baixa auto-estima?” tem um parágrafo brilhante que reproduzo a seguir:

“Os que se reconhecem nos próprios limites e nas próprias potências, lideram a si próprios e, portanto, estão aptos a liderar os demais, enquanto os outros que ainda não foram apresentados a si mesmos, forçados pela percepção de insuficiência, sempre estarão em busca de alguém que lhes diga o que, desesperadamente, precisam ouvir. Jamais poderão liderar alguém, posto que não lideram a si”. (José Sanchez)


Uma das partes mais interessantes da palestra de Caroline é quando ela fala de INTERVALOS DE POSSIBILIDADE. De alguma forma, isso tem forte relação com o conceito de “Hora da Verdade”, apresentado no livro do mesmo nome de Jan Carlzon, empresário sueco de sucesso.


O conceito é simples: existem momentos em nossas vidas que se prestam a mudanças, que se apresentam como bifurcações em nossa linha da vida. São situações únicas em que você sente que o potencial para mudança é intensificado. Tais possibilidades podem abrir um novo caminho no curso de nossa existência, que poderão nos levar para uma nova direção e novas perspectivas de vida.


É como se você estivesse caminhando em sua estrada da vida, até certo ponto acomodado e resignado, quanto de repente surge uma bifurcação a sua frente. Parece que o universo está testando você ao colocar uma nova possibilidade. Seu coração acelera, você fica se perguntando o que é melhor a fazer, começa a imaginar um novo possível futuro, seus olhos brilham e alguém dentro de você começa a sussurrar insistentemente: “você tem que fazer isso”. Quando isso acontece, é o seu verdadeiro eu emitindo sinais dentro de você.


Esse é um conceito antigo na minha cabeça. Na verdade, passei muitos e muitos anos pensando nisso e tentando identificar tais momentos na minha jornada de vida. Sempre comparei estes momentos como portais. Ao tomarmos determinada decisão, a nossa vida muda de direção e atravessamos um portal, nós nos transformamos e não mais voltamos ao que éramos antes. Eis alguns bons exemplos: quando nos casamos, quando temos filhos, quando optamos por uma carreira ou quando mudamos para viver em outro país.


Ocorrem também situações impessoais e coletivas, totalmente fora do nosso controle e ação, que causam enorme impacto. Eis exemplos: pandemia, guerra ou um desastre ambiental.


Estes momentos representam uma mudança de curso em nossas vidas. É aqui que ocorre a “hora da verdade”, o momento em que você pode optar por mudar ou continuar no mesmo lugar. E isso pode alterar completamente a sua história.


Talvez você imagine que tais situações sejam sempre identificáveis, mas isso não é verdade. Possibilidades de mudança de curso acontecem o tempo todo em nossas vidas. Coisas pequenas podem esconder grandes possibilidades. Você conhece um estranho num bar, acha interessante e você precisa decidir o que fazer. Você é convidado para fazer uma viagem inesperada e diferente no final de semana. Seu chefe te oferece uma nova posição na empresa onde trabalha. Você quer continuar fazendo a mesma coisa ou quer essa posição? E você sabe que, se fizer aquela mudança, a velocidade da sua vida pode mudar.


No entanto, mudanças de caminho também ocorrem em situações que provocam traumas e cicatrizes profundas. Eis alguns exemplos: a perda de entes queridos, uma doença grave, uma demissão ou uma separação amorosa. Nestes casos, nós não mudamos por iniciativa própria, nós somos empurrados para a mudança porque algo “catastrófico” aconteceu em nossas vidas. Mudar se torna o único caminho possível. Foi isso que aconteceu comigo quando a minha amada Regina partiu por conta de um câncer e minha vida ficou de pernas para o ar. Esta mudança traumática me levou para um novo capítulo maravilhoso da minha vida, me empurrou para o meu eu interior, e despertou em mim uma série de perguntas que eu nunca havia pensado antes. Tudo isso eu venho contando em detalhes aqui no blog.


O principal problema dos acontecimentos catastróficos é que eles nos tornam vulneráveis e fracos, jogando neblina em nossa racionalidade e desequilibrando nossas emoções. Ficamos muito mais despreparados para responder as perguntas que jorram dentro da gente quando passamos por tais situações.


Então surge a questão: Por que não se fazer essas perguntas quando nos sentimos fortes e saudáveis, quando estamos empregados, quando somos queridos e temos uma vida razoavelmente estável? São nestes momentos que as perguntas se tornam mais poderosas, podem ser melhor respondidas e resultar em ações com potencial de real transformação em nossas vidas.


É aqui que talvez esconda um dos principais segredos das pessoas bem-sucedidas: elas fazem as perguntas no momento certo e não têm medo de mudanças. Ou seja, elas provocam a mudança.


Vamos fazer um exercício. Veja a figura a seguir.



A figura representa a minha vida. O ponto verde é meu nascimento. As linhas representam as minhas possíveis linhas de vida. A linha verde representa a linha da vida que vivi até agora, fruto de minhas escolhas e dos acontecimentos que vivi. As linhas pretas representam possíveis caminhos que eu poderia ter trilhado e vivido se eu tivesse feito escolhas diferentes. Cada bifurcação seria um possível ponto de mudança de curso de vida. Mas isso é o passado, representado no lado esquerdo da figura. Agora veja o lado direito da figura, que é o futuro. O ponto vermelho é o dia de hoje. Veja as diversas linhas da vida que posso seguir em função das minhas escolhas, que representam mudanças e possibilidades para o meu futuro. Os caminhos que posso seguir estão a minha disposição e dependem apenas da minha vontade e decisão. Não tenho tempo a perder com o meu passado se eu tenho um sem fim de caminhos para construir o meu futuro.

Tudo isso pode parecer filosófico e pouco prático, mas é a pura realidade. O que está por trás de tudo isso é que, quase sempre, nós tememos a mudança. Nós somos seres inseguros e amedrontados, criamos rotineiramente estratagemas e subterfúgios para fugirmos das mudanças.

O TED da Caroline é profundo e provoca reflexões. O vídeo está disponível no final desse artigo. Espero que você curta e que ele ajude você a se conhecer um pouco melhor.


Por fim, eu continuo na busca de minha identidade e do meu Eu. Estou em uma nova fase da vida onde as minhas prioridades, valores e buscas estão bem diferentes do meu passado. No entanto, cabe dizer que amo o meu passado, me orgulho do que construí e conquistei. Eu sou fruto da minha história, do meu berço, dos meus relacionamentos, dos meus aprendizados, do meu trabalho e do meu esforço. Porém eu não quero mais viver a vida intensa e competitiva que vivi no passado. O meu objetivo é outro. Como diz Caroline, o único lugar do mundo que não tem competição é dentro de nós mesmos, portanto estou em busca de ser eu mesmo.


Termino com um pequeno extrato do poema “Meu desejo” de Flavia Apocalypse:


“Que você encontre o que você busca. Não. Que antes você saiba o que está realmente buscando. É o que mais desejo. Que você saiba. Que você se conheça a ponto de saber o que quer de verdade. Que você saiba o que faz seu coração bater. Ou o que te tiraria de casa no meio de uma tarde chuvosa. Que você saiba de você. Que se conheça. Que não se confunda. Que se enxergue. Que se entenda. Que lute por essa descoberta. Depois de saber, que você encontre o que busca. Ou, não encontrando, que tenha força e fé para seguir sorrindo no seu caminho”.


Este meu artigo foi inspirado no artigo “A arte de ser você mesmo”, de Carolina Crissafe, que fez um excelente resumo do TED de Caroline McHugh. Alguns trechos deste meu texto vieram do artigo citado. Muito obrigado, Carolina.


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