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O Paradoxo da Comunicação Interna

Texto meu publicado no Nós da Comunicação que reproduzo abaixo.

Os novos tempos trouxeram desafios enormes para a comunicação interna das empresas. Há uma década o papel da comunicação interna era comunicar, informar. Hoje, a responsabilidade é maior: é formar, capacitar e influenciar. Numa perspectiva mais ousada, poderíamos até dizer que a comunicação interna pretende formar o profissional do futuro que qualquer empresa deseja, ou seja, um colaborador mais engajado, conhecedor da estratégia da organização, cúmplice e influenciador representativo no mercado.

Eu sei que muitos dirão que estou confundindo o papel da Comunicação com Recursos Humanos, mas pergunto a vocês: já não está tudo misturado? A nova dinâmica das empresas impõe novas formas de desenvolvimento do colaborador e o rompimento de antigos paradigmas.

Esse é o paradoxo da comunicação interna nas empresas:

Desenvolver uma comunicação mais inspiradora, estratégica, visionária, de formação e de médio/longo prazo ou… buscar uma comunicação mais pragmática, factual, de informação e de curto prazo.

Existe ainda dois dilemas nesse contexto que é o profissional de comunicação e a tecnologia disponível.

As escolas de comunicação, de maneira geral, parece que ainda continuam formando profissionais de comunicação no modelo antigo, com foco no jornalismo e nas relações públicas tradicionais.

Outro desafio é a tecnologia disponível. A velocidade, a dinâmica, o alcance e a flexibilidade que as novas tecnologias trouxeram para a comunicação empresarial não podem ser negligenciadas como parte das empresas ainda fazem. A situação complica quando o próprio profissional de comunicação não conhece e não se desenvolve nas novas mídias e no ferramental tecnológico.

Esse contexto só amplifica o paradoxo e torna a comunicação interna das empresas num desafio ainda maior. Saber balancear o pragmatismo com a inspiração significa criar uma estratégia com canais de comunicação diversos, com conteúdo e porta-vozes definidos. É importante que o funcionário saiba onde ele se informa sobre fatos e onde ele se inspira. Criar essas alternativas é interessante, pois vai permitir que cada funcionário atenda o seu perfil de interesse e necessidade.

Enfim, novos tempos merecem uma nova comunicação interna.