Meu pai me ligou noutro dia e perguntou se eu havia lido o artigo de um cara que dizia que “Ter mais de 200 amigos no Facebook é problema”. Ele sabe que eu gosto desses assuntos e fui correr atrás do artigo.
Eis o link: “Ter mais de 200 amigos no Facebook é problema, diz guru de tecnologia“, publicado no G1.
A primeira pergunta que me veio a mente foi: por que 200? Por que não 100 ou 300? Enfim, o guru tinha que sacar um número e tirou o 200 de sua intuição. O guru também fala que devemos “limpar” amizades no Facebook para permitir um uso mais racional da rede social e prevenir perda de tempo. Achei interessante quando ele afirma que: “Se você tem 600 amigos, provavelmente tem cerca de 400 em excesso. É impossível tanta gente interessar alguém”.
Sinto muito pela minha sinceridade extrema, mas acho isso tudo uma grande baboseira. Como é também baboseira o título que criei para esse post. Cada um de nós usa o Facebook com um propósito diferente. Quem disse que a maioria das pessoas busca um “uso mais racional” do Facebook? Eu acho que a maioria nem está aí para a tal racionalidade. A maioria quer apenas se conectar, se atualizar, conhecer melhor o que os outros pensam e se divertir. Nada mais elaborado do que isso. Além disso, o Facebook pode ser usado não apenas para os seus amigos e família, mas para você se conectar com toda a sua rede de contatos, que podem até ser contatos profissionais. Outros usam a rede com objetivos mais específicos, como por exemplo se conectar com pessoas que estão distantes geograficamente (em outro país!!), divulgar uma ação social e ou engajar pessoas em um projeto específico. Enfim, me parece que essa é uma discussão sem sentido.
Pessoalmente, confesso que a minha fase áurea no uso do Facebook está em fase terminal. Foi bom descobrir a rede, encontrar amigos e colegas de tempos passados que eu não tinha ideia de onde estavam, conhecer melhor os gostos pessoais e o cotidiano de pessoas próximas e nem tão próximas, curtir viagens dos outros e constatar que tenho amigos bem mais humorados em suas vidas pessoais do que no trabalho. Isso tudo valeu a pena durante um bom tempo. Mas a rede agora está muito poluída, recebo muitas mensagens de pessoas falando de religião, postando frases feitas e até mensagens do além. Talvez estejamos vivendo a orkutização do Facebook, não sei, talvez seja isso.
Engana-se quem conecta a poluição do Facebook ao número de amigos na rede. Obviamente que se você tem mais amigos, maior quantidade de “lixo” você receberá. Eu confesso que, as vezes, enxugo alguns amigos. Confesso também que faço isso somente numa situação extrema, quando o meu suposto amigo já se transformou numa tremenda “mala virtual”, poluindo meu Facebook com coisas irrelevantes e sem sentido. Mas, na maioria das vezes, eu seguro a onda e mantenho os meus amigos mesmo avaliando que alguns estão sem o desconfiômetro ligado.
Falar sobre o número de relacionamentos não afeta somente o Facebook, isso diz respeito também ao LinkedIn, ao Twitter e outras redes menos relevantes. As 4 redes sociais que mais uso são Facebook, Google+, Twitter e LinkedIn. No Facebook eu só aceito amizades de quem eu conheço, mesmo que eu tenha uma intimidade perto do zero. Não adianta um estranho bater a porta pois ele não entra na minha rede. No Google+ eu estou numa fase exploratória, eu não posto nada, mas navego bastante para conhecer. No LinkedIn eu aceito todo mundo dentro da minha rede, sou quase “uma mãe”, meu intuito é fazer o maior número possível de conexões e compartilhamento de informação. Já no Twitter eu sou mais criterioso e faço regularmente um ajuste no número de pessoas que sigo. Hoje eu sigo 214 pessoas no Twitter, a maioria produzindo conteúdo relevante que me interessa, eu ainda vou reduzir um pouco mais esse número. Olha aí seu guru!! Eu vou chegar no seu número mágico de 200 no Twitter 🙂 Quer saber? Pensando melhor, esse guru é bom mesmo!! 🙂