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Você não sabe o que é procrastinar na comunicação? Pois deveria

Uma vez eu fui ao médico e contei a ele a minha história: — Tenho enxaqueca regularmente. Resisto bastante antes de tomar um remédio. Vou segurando, segurando, até não aguentar mais. Só depois eu tomo um remédio.


O médico respondeu: — E aí como é o seu dia nessas condições?

A minha resposta estava na ponta da língua: — Uma droga. Eu passo o dia todo podre, tentando lidar com aquela dorzinha para evitar o remédio. Chego no final do dia destruído de cansado.

O médico retrucou: – Você está errado. Dor é ruim, você não deve sofrer. Quando sentir um primeiro sinal de dor, tome logo um remédio e não sofra. Não fique sofrendo, não precisa disso. Toma esse remédio aqui quando começar a sentir dor. E agora vamos ver outras coisas que podem estar causando isso tudo, mas não deixe de tomar o remédio ao primeiro sinal de dor.

Enfim, o médico foi muito enfático nesse ponto.

Por que estou contando esta história?

Demorar para tomar uma decisão, tolerar demasiadamente, sofrer, enrolar alguém ou se auto enrolar, tudo isso entra na categoria de procrastinação. E nós fazemos isso (desculpe se coloquei você nessa!!) constantemente na comunicação empresarial, especialmente em relações públicas onde misturamos procrastinação com “reza forte”. Ou seja, a gente torce para tudo dar certo.

Procrastinar na comunicação empresarial funcionava muito bem na década passada, quando não existiam a internet, as mídias sociais e a comunicação em tempo real. A comunicação externa quase sempre dependia da imprensa, portanto o jogo era saber se relacionar e lidar com a imprensa, desenvolver bons relacionamentos com jornalistas importantes e guardar algumas pepitas de ouro de comunicação para soltar na hora mais conveniente.

Na era das mídias sociais tudo é online e as notícias navegam na “velocidade da luz”. Acabou a tal hora conveniente. Posts, tweets e toda sorte de comunicação imediata populam a web a cada segundo. Portanto, a comunicação mudou de paradigma. Se posicionar rapidamente pode ser mais importante do que esperar para construir a melhor mensagem. Em tempos de internet, uma resposta rápida pode ser melhor que uma resposta excelente demorada.

O livro “Marketing e comunicação em Tempo Real” fala exatamente sobre isso. São 248 páginas que mudam a nossa cabeça. Mudar essa mentalidade deve fazer parte da agenda de qualquer profissional da área que se formou e se desenvolveu sob conceitos antigos que estão caindo por terra. Entender essa mudança e assumir a responsabilidade da transformação dentro da organização passa a ser condição básica para um profissional de sucesso.

E aí? Tem procrastinado muito?

Texto publicado no Nós da Comunicação

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