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A TV brasileira sob o fogo cruzado das novas tecnologias digitais


O caderno Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico de 17 de Setembro de 2010 trouxe uma matéria de capa muito legal chamada “Em busca da sintonia”, que fala sobre “o fogo cruzado que a TV brasileira está enfrentando devido às novas tecnologias”. A matéria merece ser lida, mas reproduzo abaixo alguns trechos que me chamaram a atenção, além de algumas estatísticas interessantes a respeito do tempo que as pessoas dedicam aos meios digitais e à TV. É evidente que a TV vem perdendo cada vez mais espaço, especialmente entre os mais jovens.

“A televisão ficou jurássica para os adolescentes, que praticamente já nem mais a assistem, e está perdendo audiência para ela mesma, para os aparelhos desligados. A tendência é haver uma interação, já que vai aumentar muito ainda o espaço tomado pela internet, gerando uma mudança na relação das pessoas com a televisão” – Esther Hamburger, chefe do departamento de cinema, rádio e televisão da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.


“A televisão é uma batalha diária de conquista. Será preciso pensar em qualidade, dar ao telespectador produtos inéditos, diferenciados. A pulverização das mídias será cada vez maior, vai ganhar quem tiver o melhor conteúdo. Na guerra pela audiência, muitas vezes as emissoras preferem popularizar, jogar o nível para baixo e isso é muito ruim. Nosso maior valor é o telespectador”- Boninho, diretor da Rede Globo.

“Quando vejo meu neto Francisco, do alto de seus 3 anos, ligar o DVD e navegar pelo menu de seus filmes prediletos, quando ele batuca no teclado do computador ou do iPod, tentando buscar vídeos divertidos no YouTube, eu assisto aos últimos capítulos da televisão muito sedutora, mas nada interativa, que conheci com a idade dele. Entrará no ar uma televisão muito maior, presente em todos os ambientes, em telas de todos os tamanhos, navegáveis ao toque dos dedos ou a comando da voz, pura interatividade. A experiência sensorial será muito distante dos chiados e chuviscos dos primórdios. Oxalá o conteúdo seja relevante – e os fascínio permaneça” – Gabriel Priolli, jornalista e diretor de televisão. .

A veiculação de conteúdos televisivos na internet tende a se intensificar, por que as pessoas querem controlar quando e onde assistir a seus programas favoritos

17 horas é a média de quanto um internauta brasileiro gasta vendo TV por semana; 30 horas é a média de quanto o mesmo internauta brasileiro gasta navegando na internet por semana; 60% acessam a web para ler notícias e buscar informações sobre o tempo e atualidades; 56% leem jornais pela internet e 42% dizem preferir a versão impressa.

O celular é cada mais utilizado como meio de entretenimento, especialmente entre os mais jovens 50% usam o celular para ter acesso à internet e 43% para receber informações, notícias de esportes, tempo e trânsito por mensagem de texto; 1 hora a cada seis despendidas na internet é utilizada via celular.

O computador é um substituto da TV como principal fonte de entretenimento

87% dos internautas na faixa de 14 a 26 anos preferem o computador;

75% em todas as outras faixas (de 27 a 75 anos) fazem a mesma opção; 56% na faixa de 14 a 26 anos utilizam quase tanto a TV quanto o computador para assistir a vídeos.

O universo dos internautas brasileiros

13,7 milhões de domicílios (23,8% do total) estão ligados à internet; 66,3 milhões acessaram a internet pelo menos uma vez em 2009; 26% têm instrução superior, 42% concluíram o ensino médio, 24% têm o fundamental; 36,8 milhões de pessoas frequentam a internet; 56% têm idade entre 10 e 24 anos, 37% entre 25 e 44 anos; 54% dos internautas estão na classe C, 30% na B, 13% na D/E e 3% na A.

Fonte: Caderno Eu & Fim de Semana do jornal Valor Econômico de 17 de Setembro de 2010 “The State of Media Democracy”, Deloitte/Harrison Group (com Ibope/NetRatings – Out. 2009: Ibope/Nielsen; IBGE – Pnad 2008; Comitê Gestor da Internet no Brasil)

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