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14 Estudos e Pesquisas pra entender pra onde vai o mundo

O mundo está indo para o beleléu. Ouvi esta frase recentemente e os sinais parecem apontar mesmo para um período futuro ainda mais turbulento do que este que vivemos hoje. Por mais que eu acredite que podemos virar o jogo e tornar este mundo melhor, certamente passamos por uma onda de grandes transformações, diante de nossos olhos, que se somam e se amplificam… e não temos ideia para onde isso tudo vai nos levar. É um fenômeno que agrega diversas dimensões: mudanças climáticas dramáticas, polarização – radicalismo e elevação dos extremos em todo o mundo (incluindo aqui tensões políticas, econômicas e religiosas, bem como guerras em andamento), conflito de gerações, mudanças sociais e comportamentais profundas, superficialidade nas relações, crise de liderança (nas organizações e governo), o mundo digital criando “mundos” imaginários muito mais prazerosos e confortáveis do que a vida real (que provoca a fuga do mundo real inglório e perverso), IA e tecnologia radical, humanos sendo substituídos por softwares e robôs, transformação do ambiente e do conceito de trabalho, novas profissões emergindo, velhas profissões submergindo… e a computação quântica que vai acelerar tudo isso etc.


E aí? Para onde vai o mundo com tudo isso acontecendo?


Juntei 14 Estudos/relatórios/pesquisas que evidenciam essas transformações, que contam como a sociedade está se comportando e reagindo a tudo isso… o tsunami inevitável.


Faço mentorias desde 2021 no #LeadingZone (já são mais de 220 mentorias), que integra experiências relacionadas a desenvolvimento, liderança, gestão e bem-estar para empresas. Também faço parte do Coletivo 45+, que pensa e oferece soluções e projetos para a chamada “Economia Prateada”.


Estas duas experiências me permitem ter uma vivência e percepção pessoais, e também prática, nos temas “mudança comportamental da sociedade”, “transformação no trabalho” e “ambiente multigeracional”. Essa minha experiência corrobora o que os estudos apontam: estamos vivendo a mais radical e acelerada transformação social e do conceito de trabalho da história, que se acelera brutalmente com a chegada barulhenta da IA, hoje personalizada no Chat GPT.


A figura para mim é como um transatlântico em alto mar, que navegava em determinada direção fazendo uma curva leve. Assim eu via o ambiente do trabalho… mudando lentamente.


Desde 2014, ou seja, há 10 anos, eu vinha lendo, estudando e fazendo palestras sobre a transformação no ambiente do trabalho. Até então, era uma visão, um cheiro de que algo estava para acontecer. Mas agora ela está acontecendo de verdade. O tal transatlântico em alto mar virou o leme, mudou de direção e o transatlântico está fazendo uma curva brusca. E, como um monstro pesado cruzando os mares, independente se as ondas são calmas ou turbulentas, ninguém mais muda a direção da embarcação. A mudança vai arrastar tudo.


Particularmente, me interessa muito o assunto “multigeracionalidade no trabalho”. Tenho a percepção de que esse é um tema muito negligenciado de forma geral. As organizações falam sobre isso, mas pouco conseguem avançar. Isso está afetando radicalmente a liderança nas organizações (privadas e públicas), que vem andando no fio da navalha. Lembrando que aqui falo de cinco gerações diferentes atuando juntas: a Geração Z (de 1996 a 2010), a Geração Y ou Millenials (de 1981 a 1995), a Geração X (de 1965 a 1980), a Geração Baby Boomers (de 1945 a 1964) e os Veteranos (com +70 anos de idade).


Para cada um dos documentos listados a seguir, eu coloquei um “dado surpreendente”, ou seja, um dado ou informação contundente, até chocante, que evidencia a mudança em andamento.


Muitos destes documentos não são relatórios simples. Alguns são densos, com centenas de páginas e com muito conteúdo de valor. Quase a totalidade está sustentada em pesquisas amplas e globais, realizadas por instituições e organizações conceituadas e experientes.


Eis os Estudos. Eles não estão listados em nenhuma ordem específica. Tudo junto e misturado, como é o mundo! Aproveite!


Estudos sobre tendências sociais e profissionais


 

1- Pra entender as previsões do futuro de forma ampla em 10 áreas distintas da sociedade


Estudo THE FUTURE 100 – Revelando as 100 tendências que mudarão o mundo – da VML


O estudo de 250 páginas da VML apresenta pesquisas e previsões para o futuro em dez áreas: cultura, tecnologia, viagens, marcas, comida e bebida, beleza, varejo, luxo, saúde e inovação. É a décima edição do relatório e parece que ele fica melhor a cada ano. É interessante e completo.



Dado surpreendente: A previsão número 95 me pareceu uma das mais perturbadoras. Uma especialista prevê que crianças virtuais poderão ser comuns até 2070. Ela afirma: “esta visão pode parecer um salto gigantesco em relação ao momento que vivemos, mas dentro de 50 anos a tecnologia terá avançado a tal ponto que os bebês existentes no metaverso serão indistintos daqueles no mundo real.” A especialista acrescentou que, embora este grupo demográfico totalmente digital possa parecer estranho, ele representará um dos avanços tecnológicos mais importantes da humanidade, com enorme impacto social e transformacional na sociedade.


Estudo THE FUTURE 100 da VML

 

2- Pra entender pra onde está indo a saúde espiritual da sociedade


Estudo SAÚDE ESPIRITUAL GLOBAL da McKinsey Health Institute


A pesquisa feita pela McKinsey, com 41 mil pessoas em 26 países, publicada em 2024, apresenta conclusões e tendências importantes sobre o estado espiritual da sociedade.



Dado surpreendente: a Geração Z é a geração que apresenta os índices mais baixos nas dimensões: “Vejo sentido na minha vida”, “Encontro Propósito no meu trabalho” e “Minhas crenças pessoais me dão forças para encarar as dificuldades”.


Estudo SAÚDE ESPIRITUAL GLOBAL da McKinsey Health Institute

 

3- Pra entender pra onde está indo a Gestão de Pessoas dentro das organizações, com especial ênfase na multiplicidade de gerações.


Relatório TENDÊNCIAS GESTÃO DE PESSOAS 2024 da GPW


O relatório da Great Place to Work apresenta um retrato atual da gestão de pessoas dentro das organizações, analisando com detalhes o ambiente multigeracional existente hoje, que inclui até cinco gerações diferentes atuando juntas no mercado de trabalho: Geração Z, Geração Millenial (ou Y), a Geração X, Geração Baby Boomer e os Veteranos (+70 anos).



Dado surpreendente: 68% dos pesquisados afirmam que Geração Z é a geração que produz maior desafio no trabalho (a mais difícil para se trabalhar), enquanto a Geração Y é a mais fácil para se trabalhar.


Relatório TENDÊNCIAS GESTÃO DE PESSOAS 2024 da GPW

 

4- Pra entender como os impactos da IA (inteligência artificial) e as crises climáticas globais vêm afetando a cabeça dos jovens brasileiros: suas escolhas, ações, expectativas e angústias sobre o futuro.


Estudo “QUEM É VOCÊ NO FIM DO MUNDO?” da Questtonó


O estudo apresenta as perspectivas que os jovens brasileiros têm sobre a sensação de “fim do mundo” – principalmente pautada pelas crises climáticas globais e pelos impactos da IA – e como isso interfere nas suas ações, escolhas, expectativas e angústias sobre o futuro.



Dado surpreendente: 46,3% dos jovens pesquisados afirmam que não pretendem ter filhos


Estudo “QUEM É VOCÊ NO FIM DO MUNDO?” da Questtonó

 

5- Pra entender pra onde está indo a reputação e a confiança da sociedade a respeito das organizações públicas e privadas, e suas lideranças


Relatório TRUST BAROMETER – ÍNDICE DE CONFIANÇA da Edelman


O relatório “Trust Barometer 2024” da Edelman Trust Institute apresenta um retrato detalhado da confiança, visão e expectativas da sociedade sobre a gestão das organizações (ONGs, empresas, governo e mídia) e as inovações que afetam o nosso dia a dia. O documento também apresenta um quadro detalhado (e preocupante!!) da percepção dos cidadãos e trabalhadores sobre as lideranças.



Dado surpreendente: a pesquisa apurou a seguinte percepção da sociedade: 72% das autoridades governamentais, 64% dos líderes empresariais e 68% dos jornalistas e repórteres, estão tentando enganar as pessoas de propósito dizendo coisas que sabem ser falsas ou grosseiramente exageradas.


Relatório TRUST BAROMETER – ÍNDICE DE CONFIANÇA da Edelman

 

6- Pra entender como a (IA) inteligência artificial está afetando o ambiente de trabalho


Relatório anual do ÍNDICE DE TENDÊNCIAS DE TRABALHO 2024 da Microsoft e Linkedin


O relatório apresenta muitos números interessantes, alguns paradoxos e tendências relevantes, especialmente os impactos da IA sobre a experiência no trabalho em diversas profissões. O documento conclui que os trabalhadores temem perder o trabalho. Por outro lado, a maioria dos líderes das organizações afirma que ocorrerá escassez de talentos, com gaps de mão de obra para funções importantes. Trabalhadores já querem usar IA no trabalho e não querem esperar que as empresas tomem a iniciativa, por isso um número significativo de trabalhadores já usa suas próprias ferramentas de IA no trabalho independentemente das empresas. Para os trabalhadores, IA sobe a régua e quebra os ciclos das profissões.



Dado surpreendente: 78% dos usuários de IA já estão trazendo suas próprias ferramentas de IA para o trabalho (BYOAI) – isso é ainda mais comum em pequenas e médias empresas (80%).


Relatório anual do ÍNDICE DE TENDÊNCIAS DE TRABALHO 2024 da Microsoft e Linkedin

 

7- Pra entender os maiores riscos globais que vivemos no planeta atualmente


Relatório Global Risks 2024 do Fórum Econômico Mundial


A 19ª edição do relatório, com 124 páginas, mostra um panorama completo das transformações em curso (tecnologia, economia, política, meio-ambiente etc) com destaque para uma dupla de crises perigosas: clima e conflito. O relatório mostra que todos os riscos estão interconectados e avançam como um novelo entrelaçado, de difícil solução.



Dado surpreendente: A pesquisa apontou que, no horizonte de 10 anos, os 4 riscos globais mais graves e impactantes serão: eventos climáticos extremos, mudança crítica nos sistemas terrestres, perda de biodiversidade e colapso do ecossistema, e escassez de recursos naturais. Ou seja, todos relativos ao clima e meio-ambiente do planeta.

Relatório Global Risks 2024 do Fórum Econômico Mundial

 

8- Pra entender o que se passa na cabeça das gerações Z e Millenials


Relatório “2024 Gen Z and Millennial Survey” da Deloitte


A pesquisa feita com mais de 22 mil jovens em 44 países, apresenta um quadro completo e interessante da visão dos jovens da Geração Z e Millenials a respeito do mundo, da sociedade, do trabalho, da tecnologia e do futuro do planeta. É interessante porque essas gerações, em pouco tempo, estarão em posições de liderança nas organizações, privadas e públicas, ao redor do mundo. Temos aqui, uma “fotografia da cabeça destas futuras lideranças” do planeta.



Dado surpreendente: A pesquisa mostrou que o principal motivo dos jovens (da geração Z e da geração Millenial) para escolherem determinada empresa, é ter um “bom equilíbrio entre trabalho e vida pessoal”. Este motivo está na frente de “salário e benefícios financeiros”, “oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento”, e “senso de significado do trabalho”.


Relatório “2024 Gen Z and Millennial Survey” da Deloitte

 

9- Pra entender para onde vai a liderança nas organizações (ou para onde deveria ir)


Relatório “THE SELFDISRUPTIVE LEADER” da Korn Ferry


O documento revela as habilidades que os líderes já precisam desenvolver para ter sucesso nos negócios e na economia. O estudo foi construído a partir da análise do perfil de liderança de mais de 150 mil líderes ao redor do mundo. Além disso, o estudo utiliza pesquisas de opinião de centenas de investidores e analistas para modelar o “gap” entre a oferta atual desses comportamentos de alto desempenho e a demanda do mercado por tais líderes, evidenciando a escassez de competências de liderança em nível global e por mercado.



Dado surpreendente: 67% dos entrevistados acreditam que os líderes de hoje não estão preparados para o futuro.


Relatório “THE SELFDISRUPTIVE LEADER” da Korn Ferry

 

10- Pra entender que os jovens não querem ser chefes


Relatório “STATE OF TECH HIRING IN 2024” da CodePad


O relatório apresenta o quadro de contratação de desenvolvedores nos Estados Unidos, ou seja, é um relatório super específico. Mas o que chama a atenção é que uma significativa parcela dos jovens pesquisados afirma não ter a intenção de assumir responsabilidades gerenciais. Em uma matéria publicada na Forbes, o consultor de carreira de Harvard, Gorick Ng, que entrevistou centenas de jovens em todo o mundo, afirma que menos de 2% da geração Z tem a ambição de subir na pirâmide corporativa. Foi isso que mais me chamou a atenção.



Dados surpreendentes: 36% dos desenvolvedores dizem que não estão interessados em assumir responsabilidades gerenciais ; 78% dos desenvolvedores e 81% dos recrutadores afirmam que soft skills são, pelo menos, tão importantes quanto hard skills ; 70% dos desenvolvedores pensam que a IA ajudará a reduzir a carga de trabalho ; 60% gostariam de usar mais IA no trabalho.


Relatório “STATE OF TECH HIRING IN 2024” da CodePad

 

11- Pra entender o futuro do trabalho


Relatório “FUTURE OF JOBS” do Fórum Econômico Mundial


Este espetacular relatório de quase 300 páginas apresenta uma perspectiva sobre o futuro do trabalho, globalmente e por país (Brasil está nas páginas 104 e 105).



Dados surpreendentes:

  1. 42% das atividades de negócios serão automatizadas até 2027.

  2. As organizações estimam que 34% de todas as tarefas relacionadas aos negócios serão executadas por máquinas, sendo os 66% restantes realizados por humanos.

  3. 6 em cada 10 trabalhadores necessitarão de treinamento até 2027, mas apenas metade dos trabalhadores parece ter acesso a oportunidades adequadas de treinamento e desenvolvimento.

  4. IA será adotada por quase 75% das empresas pesquisadas nos próximos 5 anos, e espera-se que isso leve a uma alta rotatividade em posições de trabalho – com 50% das organizações estimando a criação de empregos e crescimento, e 25% delas prevendo perdas de emprego.


Relatório “FUTURE OF JOBS” do Fórum Econômico Mundial

 

12- Pra entender pra onde está indo o RH das Organizações


Estudo “The New Rules of HR – 10 Workforce trends for 2024” da Visier


O documento apresenta um detalhado panorama das tendências em recursos humanos, afirmando que 2024 emerge como um momento crucial para remodelar o “cenário do trabalho”. Um ponto chave: depois da pandemia, as coisas não voltaram ao que sempre foram. Empresas estão tentando voltar ao ambiente pré-2020, mas não estão tendo sucesso neste movimento.



Dado surpreendente: o estudo afirma que IA (inteligência artificial) vai substituir skills (habilidades) e não empregos.


Estudo “The New Rules of HR – 10 Workforce trends for 2024” da Visier

 

13- Pra entender as tendências de relacionamento e interação entre pessoas e marcas


Relatório “Life Trends 2024” da Accenture


O relatório apresenta 5 tendências explorando a evolução das relações das pessoas com os negócios e a tecnologia, mostrando que a sociedade está em um estado de intenso movimento. A harmonia entre pessoas, tecnologia e empresas está sob tensão.



Dado surpreendente: 48% dos entrevistados afirmam fazer planos de vida com menos de um ano de antecedência ou não fazem planos.


Relatório “Life Trends 2024” da Accenture

 

14- Pra entender o que passa na cabeça dos executivos que comandam as grandes organizações empresariais do mundo


Relatório “2024 Pulse of Change Index” da Accenture


O relatório tem por base uma série de indicadores-chave de negócios, como produtividade e gastos com TI, e quantifica a mudança que as empresas estão enfrentando em 6 dimensões: tecnologia, talento da mão-de-obra, economia, geopolítica, clima e consumo&social. Em seguida, o estudo compara esses dados com uma pesquisa realizada com 3.400 executivos de alto escalão em 20 países, sobre como eles veem o impacto de cada fator em suas organizações, como bem como estão se preparando para responder a essas mudanças.



Dado surpreendente: A análise dos indicadores-chave aponta “talento da mão-de-obra” (incluindo questões como a escassez de competências e falta de engajamento dos funcionários) como a segunda principal causa de mudança no mundo, logo atrás de “tecnologia”. No entanto, a pesquisa com os líderes de alto escalão classifica este ponto apenas no quarto lugar. Ou seja, existe uma grave lacuna de percepção, o que sinaliza que as organizações estão com enorme gap de investimento no desenvolvimento da força de trabalho, especialmente diante da chegada de novas tecnologias disruptivas, como a IA generativa.


Relatório “2024 Pulse of Change Index” da Accenture


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