Me recordo muito bem de uma matéria publicada em dez/2008 no jornal Valor que dizia que a marca do Banco Real iria desaparecer em 2010. Acesse AQUI.
Eis que dias atrás, logo depois da virada do ano, eu recebo o extrato bancário mensal via correios e vejo a novidade. O documento está impresso em papel branco e somente com a marca do Santander. O papel pardo, reciclado, foi substituído pelo papel branco (que não tenho certeza se também é reciclado). Além disso, a marca verde e amarela desapareceu, provavelmente para sempre. Ficou só a marca vermelha do Santander. Agora aguardo os meus novos talões de cheque para ver o que vem por aí.
O único que ainda resiste bravamente é o portal do Banco Real, na internet, que eu gosto muito pela conveniência, facilidade de uso e navegação, mas que certamente será ceifado nas próximas semanas ou meses. É inevitável ver como o vermelho invade o portal, batendo de frente aos tons pastéis e com o tradicional verde e amarelo. O choque é evidente e, desculpe a sinceridade, incomoda. Você mesmo pode ver na imagem ao lado (clica em cima para ampliar).
Um outra evidência que mostra o desaparecimento da marca do Banco Real é a campanha publicitária impressa rodando nas revistas. Um anúncio de página dupla publicado na última Veja informa que os Serviços Van Gogh chegaram ao Santander. Para quem não sabe, os Serviços Van Gogh eram do Banco Real. A marca do Real não aparece no anúncio. Os clientes do Banco Real, como eu, têm que se acostumar com essa idéia vermelha que invade o verde e amarelo, que mais do que simplesmente cores, significa um novo relacionamento, uma nova linguagem, prioridades diferentes e um outro portfolio de serviços. Ainda não está claro para mim se o Santander vai realmente conseguir incorporar os valores da marca Real, que são fortes, tradicionais, reconhecidos pelo mercado e por seus clientes, como eu. Apesar de todos estes desafios, o meu lado de profissional de comunicação diz que o processo de fusão parece estar sendo bem conduzido, pelo menos no aspecto de comunicação com os clientes.
Fabio Barbosa, presidente do grupo Santander Brasil (ex-presidente do Banco Real), disse numa entrevista que quer combinar a agressividade e inovação comercial do Santander com a preocupação com a sustentabilidade e relacionamento com os clientes do Real. Este é um desafio e tanto. Será que dá para fundir o vermelho com o verde e amarelo? Eu estou aqui como cliente vivenciando isso na prática e muito antenado em tudo.