Acaba de sair do forno um “paper” do IBM Institute for Business Value chamado “Beyond Advertising – Choosing a Strategic Path to the Digital Consumer”. Vale a pena ler. Acesse AQUI e faça o download do documento em pdf.
O cenário é aquele que já conhecemos e que impacta profundamente as áreas de comunicação e marketing. Os consumidores não podem mais ser considerados a tradicional audiência de antigamente, aquela que fica sentada no sofá vendo TV e recebendo a mensagem do “patrocinador” passivamente. Hoje os consumidores são leitores, editores e até marqueteiros, especialmente os mais jovens. Esse cenário vira de cabeça prá baixo os conceitos de comunicação e marketing.
O conteúdo do documento é fruto de uma pesquisa realizada com 2.800 pessoas no 3º. trimestre de 2008, em 6 países: EUA, Inglaterra, Austrália, Alemanha, Índia e Japão.
O estudo segmenta a população pesquisada em 3 grupos:
– “MASSIVES PASSIVES” – Os massivos passivos representam 65% da população. São os consumidores que tem 24 ou mais anos de idade e que usam poucos equipamentos multimídia em seu dia a dia;
– “GADGETIERS”- representam 15% e são aqueles que adotam rapidamente os equipamentos multimídia recém-lançados e são sedentos por conteúdo digital;
– “KOOL KIDS”- são aqueles abaixo de 24 anos e representam 20%.
O estudo mostra características de cada um dos grupos e evidencia que os “gadgetiers” e os “kool kids” estão avançando sobre o segmento de “massives passives”.
Um dado interessante oriundo da pesquisa é que, apesar de todas as preocupações existentes com a confidencialidade, um número razoável de consumidores está propenso a fornecer dados pessoais, detalhes de seus estilos de vida e preferência de conteúdo. Porém, como contrapartida, eles querem serviços de valor, como por exemplo: conteúdo de qualidade grátis, descontos e milhas aéreas. É interessante ver que esse perfil tem variações significativas entre os países pesquisados.
Um dos grandes desejos é a integração das mensagens e do conteúdo que hoje inundam os dispositivos digitais que carregamos nas mãos. Aliás, essa também é a prioridade “número 1” de 74% dos profissionais de marketing.
Os autores do “paper” apresentam um quadro evolutivo dos modelos de negócio em “Advertising”, onde definem 4 quadrantes e posicionam os “players” dessa indústria dentro desses quadrantes.
O estudo é legal pois ele organiza as várias tendências existentes e evidencia que a indústria de “Advertising” passa por transformações profundas. No final do documento eles colocam algumas perguntas interessantes prá pensar.
Depois de ler o documento, depois de dar uma voada legal, você volta para a realidade nacional, onde o principal canal de comunicação de nosso país continua sendo a TV aberta, com clara concentração da Rede Globo. Já dá prá imaginar o povão sentado no sofá, vendo Jornal Nacional e a novela das oito. Mas não nos iludamos, uma revolução aparentemente despretensiosa está acontecendo em nossas casas. Os nossos filhos, a geração Y, não vêem mais TV como antigamente, usam “instant messaging” o tempo todo e não usam mais email, adoram redes sociais, amam celular e qualquer “gadget” digital, não usam mais telefone fixo, adoram compartilhar informação na web e não acreditam em informação passiva e unidirecional. Essa é a comunidade que daqui a pouco estará comandando o país. É para eles que os marqueteiros têm de trabalhar.