Na semana passada eu participei do excelente evento Digital Age 2.0. O evento é uma oportunidade muito especial de ouvir especialistas em Internet e na tal web 2.0, além de conhecer casos e experiências pelo mundo. Considero um evento muito rico para quem trabalha com comunicação e marketing.
A apresentação que mais gostei foi de Danah Boyd, que falou bastante
sobre redes sociais e me colocou uma tonelada de pulgas atrás da orelha. Acho que saí até andando de lado do auditório de tão pesada que minha cabeça estava. Sendo honesto, ela não trouxe muita novidades ao juntar os pontos ela transformou sua apresentação num grande momento e me fez pensar muito no que devo investir em comunicação no próximo ano.
Eu vou dividir o papo de Danah em dois posts. Eis alguns pontos que anotei tentando fugir do blá-blá-blá tradicional.
Perfis nas Redes Sociais Todos mentem ao preencher os perfis nas redes sociais. E ela repetiu: todos. As pessoas mostram como gostariam de ser ou o que aspiram. Segundo Danah, o perfil é a representação digital do que você gostaria de ser.
Rede de Amigos Não é razoável ter milhares de amigos. Na web, a rede de amigos não é a verdadeira rede de amigos do indivíduo. A rede de amigos é uma platéia. A rede funciona como um auditório onde todos estão ali para ouvirem você. É uma chance de socialização. Amigo no site não é a mesma coisa de amigo na vida real, portanto, o relacionamento com “amigos” no mundo online é bem diferente do mundo real.
Comunicação Nas redes sociais é um “vai e volta” sem dizer absolutamente nada. Parece que a gente não diz nada realmente sério, mas estamos mantendo contatos sociais. Nós afagamos uns aos outros como fazemos com os cães. Danah disse que “nós somos cachorros online”. Estar numa rede social é como estar num banco de jardim no meio da praça, sem nada muito relevante para fazer, meio de bobeira. Aí a gente fala uma besteira qualquer, o seu amigo responde com uma besteira maior ainda, e a conversa vai sendo levada, sem muito compromisso. As redes sociais são espaços públicos, ou seja, espaços para saber o que está acontecendo, fofocar, fazer política, etc. É praticamente um palco onde você fala para todos. E, nesse contexto, a dinâmica da comunicação é diferente.
O resumo disso é que as redes sociais são muito mais que meros locais de interesse comum. São ambientes onde as pessoas são personagens do que elas desejam ser, quase atores, com uma platéia disponível e cheia de carências. É mais ou menos assim: “– Olha, você faz parte da minha platéia que eu faço parte da sua platéia”.