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Em quê a geração Y é mais interessante que as outras gerações

Texto meu publicado no blog Foco em Gerações que reproduzo abaixo.

Perguntei para alguns adolescentes com quantos amigos eles conversam, em média, todos os dias pela internet ou pelo celular via torpedo. A resposta foi “algumas dezenas”. Valia tudo: torpedo pelo celular, mensagens no orkut, posts e comentários em blogs, twitadas, etc. Valia desde um “olá” até uma conversa longa. As respostas confirmaram o que todos nós desconfiamos: os jovens tem um número impressionante de interações na web e em dispositivos móveis (diga-se celular) diariamente.

Vivo escutando que os jovens da geração Y têm relações humanas muito mais frágeis e voláteis do que os jovens do passado. Pode ser até que isso seja verdade, mas enxergo uma geração muito mais interessante, preparada, madura e preocupada em se relacionar do que a minha geração. Quando eu tinha 15 anos, a minha rotina era jogar futebol no final das tardes, estudar a enciclopédia Barsa e acreditar em tudo que o meu professor falava, achando que ele sabia de tudo e era o dono da verdade, incluindo que o presidente Médici era um bom camarada. Meu relacionamento se limitava aos meus colegas de escola, aos amigos vizinhos e à minha família.


A juventude de hoje sai para passear virtualmente pelo mundo todos os dias. Pessoas de todos os lugares, de classes sociais diversas, de culturas diferentes, numa intensidade que impressiona, vinte e quatro horas por dia. São jovens muito mais informados e atentos do que os da minha época. São pessoas mais conscientes dos dilemas e das mazelas do planeta, muito mais preocupados em serem transformadores do mundo e agentes de mudança.

O grande desafio que os jovens da geração Y enfrentam hoje é o tempo. Diante de tantas possibilidades e alternativas para se relacionar, o dia de apenas 24 horas parece curto. A conta é meramente matemática. Se o dia se mantém em 24 horas e o jovem tem muito mais oportunidades de falar com mais pessoas, obviamente que cada um destes relacionamentos, individualmente falando, será mais curto e, portanto, mais volátil. Mas não se iluda: os jovens de hoje continuam com as mesmas características dos jovens do passado: tem amigos confidentes, procuram se aproximar de quem mais confiam e se identificam e querem ser profissionais de sucesso.

Existe uma eterna discussão de que os jovens da geração Y não são preocupados com sua privacidade, que falam demais na redes sociais. que criam relacionamentos virtuais e abandonam as reais. Isso não é culpa da geração Y ou das redes sociais, a sociedade atual está assim, o país está assim. O Brasil é um país democrático, as coisas estão cada vez mais expostas, a mídia está mais ousada, cada vez mais as pessoas falam o que pensam ser a verdade e o que seus corações pedem. Então, essa “tal” perda da privacidade não é algo somente da geração Y, isso faz parte da transformação da sociedade, estamos todos “mais abertos”.

Aliás, toda hora que surge algo novo e impactante, levantam vôo os abutres de prontidão para dizer que aquilo vai piorar a sociedade, a família e as relações humanas. Foi assim com o rádio, com a televisão e a internet. Esta é uma balela. A sociedade está se desenvolvendo, se tornando mais justa e criando cidadãos melhores e mais conscientes.

O importante aqui, e por isso escrevo tudo isso, é dizer que a geração Y é muito mais interessante do que as gerações anteriores. Estamos criando cidadãos do mundo, cidadãos globais e transformadores da sociedade.

Para terminar, se você leitor é da geração Y, veja abaixo qual era o herói dos meus tempos. Em 1970, aos dez anos de idade, eu sentava na frente da TV para sonhar.

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