O paulista Jonny Ken trabalhou durante seis anos em uma empresa de TI. Sem vislumbrar um bom futuro em seu emprego, Jonny pediu demissão e decidiu empreender. Criou uma startup e foi a luta.
Um ano depois, por vários motivos, ele deixou a startup e decidiu voltar conscientemente ao mercado de trabalho tradicional. Hoje ele se diz feliz com o emprego atual e avalia: “Descobri que não tinha perfil para tocar um negócio próprio”. Veja os detalhes dessa história na revista Você SA, edição 205, de julho de 2015.
Adorei a história acima. De uns tempos para cá virou lugar comum as empresas falarem que estão em busca de profissionais com perfil empreendedor. Todos querem um “cara” assim. Também escuto um monte de gente dizer de boca cheia que o melhor é você ser chefe de você mesmo, que você deve buscar realizar os seus sonhos, que o emprego tradicional vai desaparecer e que no futuro todos nós seremos empresários de nós mesmos, sem o vínculo empregatício tradicional.
Vejo 3 mitos do empreendedorismo: – Para ser empreendedor, você tem que ter o seu próprio negócio. – Empreendedores são os seus próprios chefes. – Empreendedores não existem em grandes empresas.
Quer ver mais mitos do empreendedorismo? Veja AQUI.
Será que para ser empreendedor você precisa ser chefe de você mesmo ou ter o seu próprio negócio?
Será mesmo? Eu respondo: Não! Não necessariamente isso tem que acontecer.
Ser empreendedor é você ter iniciativa, ter prazer por realizar, buscar construir algo novo, gostar de se lançar em novos projetos, ter prazer em inovar, ter capacidade de planejar e perseverar diante das dificuldades, ter habilidade de envolver pessoas e conseguir “vender” a sua ideia, se desenvolver em áreas que não domina, ter capacidade de realização e entrega, conseguir encontrar recursos no meio do deserto, sonhar obstinadamente com alguma coisa, ter prazer no que faz, acordar de manhã e estar feliz por mais um dia de trabalho.
Ser empreendedor depende mais de “como você faz” e menos do “que você faz”.
Tá estranhando? Sim, sim, sim, você pode ser empreendedor sendo empregado de uma empresa, seja ela pequena, média ou grande.
Se você trabalha numa empresa que oferece oportunidades para você idealizar, coordenar e executar novos projetos ou negócios, que impliquem em mudanças, que envolvam inovação e riscos e que exijam grande capacidade de realização, isso é empreender!!
A empresa onde trabalha incentiva você a falar abertamente sobre temas de seu interesse? Cutuca você a pensar e propor ideias? Promove as pessoas a tentarem fazer as coisas de maneira diferente?
Permite o seu desenvolvimento e crescimento pessoal e profissional? Oferece a você alternativas de trabalho que tiram o melhor de você, com liberdade e satisfação? Cara, isso é ser um empreendedor… e feliz !!!
Portanto, ser empreendedor como empregado em uma empresa, independentemente dela ser pequena ou gigante, depende apenas de duas coisas: você e a empresa. Nessa balança de equilíbrio frágil, o prato mais importante é a sua atitude. O espírito empreendedor está dentro de você. Ou você é, ou não é. Acho que o perfil empreendedor pode até ser desenvolvido com o tempo, mas a sementinha tem que estar lá dentro. Portanto, a primeira coisa que você tem que descobrir é: Qual é a sua? Qual é o seu perfil? O que quer?
O outro prato da balança é a empresa. A organização tem que gostar deste tipo de perfil. A sua posição e o que se espera de você têm que estar em consonância com as suas aspirações. Você quer pensar diferente mas a companhia contratou você para passar oito horas por dia apertando parafuso?
Puxa, acho que é a hora de repensar as coisas… a não ser que curta isso.
O mais importante no empreendedorismo é você ter consciência do que você quer, das suas capacidades, dos seus potenciais e do ambiente onde você se encontra. Em resumo, não aceite fórmulas definidas de empreendedorismo. Construa a sua história.