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O bom mocismo eliminou os rebeldes dentro das organizações


Por que as empresas hoje não estão inovando ou tendo ousadia? Porque o bom mocismo dentro das organizações eliminou os rebeldes. A afirmação não é minha, é de Walter Longo, que fez uma brilhante palestra na HSM recentemente. Eu assisti e anotei tudo. Aliás, o título desse post é dele também, foi ele que repetiu várias vezes que o bom mocismo eliminou os rebeldes dentro das empresas e que está faltando coragem hoje em dia nas empresas.

Eles diz que a maioria das empresas alega falta de recursos e processos para a escassez de inovação, mas a real razão é que as organizações estão expulsando os rebeldes de suas estruturas devido à política do “bom mocinho”, do trabalho em equipe, da inteligência emocional e coisas desse tipo. As organizações estão tirando as pessoas que pensam diferente, que incomodam, que questionam e que falam muito “por que”. Está faltando espaço para a rebeldia, para os questionadores e para o pensar diferente.

“Ihhh, lá vem de novo ele. Lá vem o chato. O cara não concorda com nada. Lá vem ele questionar de novo a mesma coisa”.

A obsessão das empresas em formarem grupos de visão homogênea e espírito de equipe acabam tirando o espaço para aquele cara que é “do contra” e que faz muitas perguntas. Ele logo se torna um intruso. As empresas hoje se preocupam mais em ter respostas do que perguntas, e isso tira o espaço para o questionamento, a transgressão e a ousadia.

Walter falou algo engraçado: “Uma organização só de acomodados quebra em 3 anos. Uma organização só de rebeldes quebra em 3 meses. É fundamental que uma empresa seja resultado da mescla de acomodados e rebeldes”. Ele disse que “estamos convivendo com uma geração de acomodados que estão se dando muito bem nas organizações. Os táticos assumiram o poder com uma excessiva visão de curto prazo. São lideranças que pensam igual, que não gostam de incomodar”. Perdemos muito da intuição e dos sonhos dos visionários e idealistas de antigas empresas. O mundo hoje exige a volta não somente de profissionais para as organizações, mas também de amadores, pessoas que amam aquilo que fazem, pessoas que lutam por uma ideia, que incomodam e não desistem facilmente. “Ninguém questiona mais nada. E quando questiona logo surge alguém para falar que aquele sujeito está incomodando e não está adequado à cultura da empresa”.

Empresas acham importante disseminar cultura. E é mesmo, porém não é só isso. Elas têm que nutrir a diversidade, mas não é a diversidade somente de gênero e inclusão de minorias. Estou falando de pluralidade de opiniões, pensamentos e visões. As empresas têm que nutrir os rebeldes. “Se a empresa não tem capacidade de nutrir rebeldes, então ela não tem um futuro assegurado numa era onde a imaginação não tem mais limite”.

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