Por que coisas boas acontecem comigo todos os dias?
- Mauro Segura
- há alguns segundos
- 12 min de leitura
Por que coisas boas acontecem comigo todos os dias? Será que é sorte, coincidência ou eu aprendi a ter mais sorte na vida? Afinal, o que venho fazendo para cultivar boas coincidências?
Estávamos em Lima, capital do Peru. Era o último dia de nossa viagem.
Na maior parte das vezes, o último dia de uma viagem turística é um dia sem surpresas. O melhor da viagem já foi feito. Alguns usam o último dia para repetir algo que gostaram muito, para fazer um programa mais relaxado ou, até, para descansar, na tentativa de se preparar para o longo voo de volta no dia seguinte.

O encontro inesperado em Barranco
No nosso caso, deixamos o último dia para fazer um programa mais leve e menos relevante dentro da nossa programação, pelo menos era assim que eu pensava.
Fomos para o bairro chamado Barranco, uma região histórica e colorida de Lima, com murais pelas ruas, galerias de arte, cafés, restaurantes transados e casarões históricos.
Barranco é considerado um bairro boêmio e badalado. Isso nós não vimos, afinal chegamos no bairro por volta das dez da manhã, horário em que o pessoal por lá está bocejando, com a maioria das lojas e cafés ainda de portas fechadas.
Por outro lado, encontramos o bairro “acordando” com seus espaços vazios, ruas e vielas desocupadas, “ar preguiçoso” e ambiente bucólico. Apesar do clima lento, das ruas silenciosas e adormecidas, o dia estava lindo, permitindo ver as cores vibrantes do bairro. A surpresa aconteceu lá.
A descoberta da galeria
Estávamos no lindo Parque Federico Villarreal, quando iniciamos a descida na Bajada de Baños, uma ruazinha que vai até o mirador de frente para a praia.
Andando despretensiosamente, sem direção certa, um pouco antes de passarmos por debaixo da famosa Ponte dos Suspiros, nos deparamos com um lindo casarão. Era uma galeria de arte. Fiz sinal para Valéria perguntando se ela desejava entrar.
Seduzida pela beleza do casarão, ela nem me respondeu, já foi entrando diretamente, atravessando a grande porta. A galeria era do artista Jade Rivera.
O encontro com a arte
Um especialista da galeria nos recebeu gentilmente, falou brevemente sobre o artista e as peças expostas, nos deixando totalmente à vontade para circular pela galeria. Foi aí que a magia começou.
Fomos arrebatados pelas obras de Jade Rivera, que não conhecíamos. Várias peças nos tocaram profundamente. A maior parte delas eram gravuras, mas também havia pequenas esculturas e lenços.
Eu e Valéria ficamos muito emocionados com a capacidade do artista em transmitir conceitos filosóficos profundos, que nos são muito caros, em suas diversas obras.
Eu dentro da gravura
A gravura que ilustra a capa deste artigo (e que reproduzo abaixo) foi o que mais me tocou. Me identifiquei completamente com esta imagem.

A gravura mostra um homem, talvez um adolescente, voando atrás de um pássaro que está com asas abertas. O homem tem uma pequena casa amarrada às costas e algumas folhas verdes levitando no ar. Ele demonstra claro esforço pessoal na tentativa de alcançar o pássaro.
Eu não precisei recorrer a nenhuma descrição impressa para interpretar a imagem. Consegui ter a minha própria leitura pessoal.
Sou eu que estou na gravura!
A gravura representa o meu estado presente. É assim que me sinto. Estou voando atrás de minha real identidade, do meu verdadeiro eu. O voo simboliza a liberdade, o horizonte infinito e um céu repleto de possibilidades e potenciais. O voo também representa leveza. Apesar de estar mais velho, cronológica e biologicamente, eu me sinto mais jovem. Estou mais energizado e consciente, construindo uma nova história de vida. É um renascimento.
A pequena casa amarrada às costas simboliza que honro o meu passado, a minha história, a minha experiência e tudo que vivi e realizei até agora na vida. Meu passado é motivo de felicidade e orgulho. Essencialmente, ainda sou o mesmo, apesar de me considerar em construção infinita. Vivo em estado de ressignificação. As folhas verdes, soltas, acompanhando o vácuo do meu voo, evidenciam o meu momento de intensa conexão com a natureza e a energia divina da vida.
Fiquei entusiasmado com tudo que aquela imagem gerou dentro de mim. Ela me soa intensa.

Não havia uma reprodução daquela gravura para vender, apenas uma caneca com a imagem estampada.
Como adoro canecas (tenho mais de quinze canecas bem diversas em casa e gosto de variar em cada café com leite), não pensei mais que dois segundos para comprar a caneca.
Abrir espaço para a vida me surpreender
Dias antes da descoberta da galeria, eu havia navegado aleatoriamente pelo Instagram e me deparado com um post de Murilo Gun.
A lição do megaempresário
Lá encontrei um pequeno vídeo, que ele dizia o seguinte:
“Alguém me contou de um megaempresário, que só trabalha de terça a quinta. Nas segundas e sextas ele não marca nada pra deixar o vazio, para ele poder receber uma ligação no domingo e estar disponível na segunda. Então ele deixa segunda e sexta bloqueados, não para “não fazer nada”, mas para ter “espaço para acontecer tudo”.
No mesmo post, ele escreveu:
“Abra espaço pra vida te surpreender. Ela pode entregar possibilidades que a tua mente super criativa não é capaz de imaginar. Pra mim a vida no flow é assim: dançando entre a ordem e o caos. E quem conduz essa dança é a intuição, mas pra isso, você precisa estar no processo contínuo de sutilização do teu ser.”
Apesar do evidente estilo autoajuda, aquela mensagem me soou importante.
Ao lê-la, lembrei do meu passado, onde o importante era me manter produtivo, aproveitando todos os momentos e ocupando cada minuto de vida, tanto do lado profissional, quanto do pessoal. Agenda cheia era uma espécie de mantra e sinônimo de “saber aproveitar a vida”.
“Produtividade não é sobre preencher cada minuto, mas sobre deixar espaço para o extraordinário”
A transformação da minha agenda
A ficha só foi cair por volta dos meus 45 anos, talvez 50, quando descobri que o que realmente importa não é a quantidade de coisas que eu fazia, mas sim a qualidade e a intensidade do que era feito.
Então aliviei as minhas agendas e passei a dar mais espaço para atividades mais pessoais e individuais, algumas até sem grande importância, como jardinagem, que virou um hobby pessoal, me provendo significativas janelas de prazer, paz e satisfação, aliviando a irremediável e extenuante carga de desafios diários.
Essa transformação da agenda foi lenta e contínua, porém definitiva. Não havia chance de retrocesso.
Uma agenda profissional com espaços vazios
No campo profissional, eu adotei um pouco da estratégia do megaempresário citado pelo Murilo Gun. Eu decidi trabalhar com uma agenda de trabalho bem diferente, quase um contrassenso do que a maioria dos(as) executivos(as) faziam.
Passei a bloquear horários e definir grandes bolsões de espaços vazios em minha agenda de trabalho para serem ocupados com oportunidades não planejadas, tempos para pensar e fazer o que bem entender.
No início me soou irresponsável, mas depois descobri que foi uma decisão muito acertada pois ganhei tempo de vida e pude ser “o dono verdadeiro” da minha agenda.

O impacto do câncer da Regina
Anos depois, o “câncer da Regina” sacudiu a minha existência e jogou um ingrediente importante no meu caldeirão de vida.
Além da qualidade e da intensidade das coisas, havia algo mais na minha equação do viver: significado e propósito.
Descobri que a minha agenda de vida precisava ter sentido. Ela precisava estar conectada com algo maior, mais elevado, que me trouxesse desenvolvimento pessoal, aprendizado, realização e satisfação interior. Era algo ligado à minha alma, ao meu espírito, até então negligenciado ao longo dos anos vividos. Ali ocorria o meu despertar espiritual.
A palavra “propósito” se tornou fundamental nas minhas escolhas e decisões de vida. Valores, crenças e objetivos foram sendo ressignificados por mim e, com isso, o meu conceito de agenda foi mudando de forma mais intensa.
Minha nova fase de vida
Desde 2020 que venho escrevendo um novo capítulo no meu livro de vida. Atitudes, comportamentos e escolhas são componentes importantes desta minha mudança radical. Já escrevi sobre isso em longos artigos do meu blog, como “A jornada de ressignificação da minha vida” e “Em busca de sentido: as fases da vida”.
Uma das principais mudanças foi me abrir para novas experiências. Na verdade, foi mais do que isso. Eu não somente me abri, mas passei a me jogar intencionalmente em novas experiências radicais, estranhas e reprováveis pelo “Mauro antigo”.
Esta atitude de me jogar no abismo profundo e desconhecido, provocou a ressignificação de conceitos e preconceitos existentes na minha cabeça, o surgimento de novos interesses, habilidades e potenciais. Isso, sem dúvida, agiu como fator de ignição para a minha transformação.
Criando espaço para o inesperado
Ao mesmo tempo, descobri que não era somente importante entrar em novas experiências. Era preciso criar espaços e janelas de oportunidade para o inesperado, para o inusitado, para o improvável, para permitir viver coisas que eu não tinha capacidade de imaginar, mesmo me esforçando muito para pensar e agir com a mente mais aberta e criativa possível. Certamente havia oportunidades inimagináveis que eu não conseguiria alcançar devido às limitações de minha mente.
Com isso eu comecei a criar uma sucessiva onda de espaços abertos, nada planejado, sem objetivo específico e, muitas vezes, sem controle.
Meu conceito de produtividade foi mudando ao longo do tempo, privilegiando mais o acaso e o imprevisto. Isso fez surgir oportunidade interessantes, algumas impactantes, outras mais sutis.
Esse agir despretensioso foi incorporado à minha rotina. Entendo que a casualidade do encontro com a maravilhosa Galeria Jade Rivera, em Lima, pode ser considerado um exemplo simples deste meu estilo de vida.
É preciso sair da ilha para ver a ilha. Não nos vemos se não saímos de nós – José Saramago

Serendipidade: A magia do acaso
Conheci a palavra “serendipidade” há muitos anos.
O artigo “Serendipidade: quando a magia acontece na nossa vida!”, de Margot Cardoso, publicado no Vida Simples (recomendo muito!!) começa com o seguinte parágrafo:
“Alguma vez você já foi surpreendido por um acontecimento imensamente feliz, fruto de inúmeras coincidências e acasos raros em simultâneo?
E na retrospectiva do acontecimento, você teve a sensação de que tudo foi finamente orquestrado, como se uma mão invisível, o destino, o universo, Deus tivessem unido forças para que tudo acontecesse?
E arremate final: era exatamente aquilo que você desejava com todo o seu coração. Esse acontecimento maravilhoso, inusitado e desejado pode ser chamado de serendipity ou, para quem preferir a tradução, serendipidade.”
Como diz o artigo, podemos imaginar serendipidade, a princípio, como um “feliz acidente”, resultado de sorte, providência ou acaso. Ou, dizendo de outra forma: um conjunto de fatos encadeados ou simultâneos que provocaram algo muito especial.
Este tipo de “sucessão de boas coincidências” está em todo lugar e acontece a todo momento. Está em descobertas científicas, viagens inesquecíveis, carreiras profissionais, histórias de empresas e até mesmo nas pequenas histórias do nosso dia a dia.
Mas será que as coisas acontecem verdadeiramente por acaso?
O artigo entrega a resposta. Aqui vai mais um trecho:
‘É possível cultivar o terreno para que a serendipidade aconteça. Porém, essa tarefa vai na contramão daquilo que aprendemos para alcançar objetivos.
Qual é o primeiro mandamento de qualquer guru: foco. Se você tem um objetivo, dizem, concentre-se nele, não o perca de vista, trabalhe e pense nele 24 horas por dia.
A serendipidade pede o oposto. Deixe o objetivo, a meta, o sonho no seu coração. Mas estude, trabalhe, viva a sua vida, relaxe e divirta-se. E a razão é simples: a alma livre não vive apenas no concreto, ela habita e explora outras dimensões da existência. Ela avista o que Heidegger (filósofo alemão) chama de “clareira”, é como se fosse uma abertura na floresta onde o homem é convidado a percorrer. E essa clareira só se apresenta para o homem, é o seu diferencial, a abertura para o divino, para o transcendente. É na clareira que se dá a intuição, os insights e a comunicação com o universo”.
Não deixe de ler o artigo no Vida Simples para entender o conceito revolucionário de “serendipidade”. Vale muuuuito a pena.
“Serendipidade é quando o universo sussurra respostas para perguntas que ainda não fizemos”
Como ter mais sorte na vida? A ciência da serendipidade
Christian Busch, professor da Universidade de New York (Estados Unidos) e da London School of Economics (Reino Unido), é autor de um livro muito interessante chamado “The Serendipity Mindset: The Art & Science of Creating Good Luck”, que ainda não existe em português. Em tradução livre: "Mentalidade da serendipidade: a arte e a ciência de criar boa sorte", em tradução livre).
O livro fala sobre a importância de dar sentido ao inesperado para encontrar oportunidades, não só profissionalmente, mas também a nível pessoal. E fala também sobre aceitarmos a imperfeição como parte da vida, o que nos permite aproveitar melhor os erros e fatos inesperados que ocorrem conosco todos os dias.
O autor criou um termo que gostei muito: “sorte inteligente”.
Ele se diz fascinado por constatar que algumas pessoas são capazes de criar condições para que coincidências positivas aconteçam com elas com mais frequência do que outras.
Então surgem as perguntas inevitáveis: Como ter mais sorte na vida? Como nos posicionar para a "sorte inteligente"?
Busch afirma que há vários passos simples e eficazes para desenvolver um “músculo” da serendipidade. Ele fala um pouco sobre estes passos na excelente entrevista dada para a BBC. Leia na matéria “Como se cria a ‘sorte inteligente’ para tirar o máximo proveito do inesperado”. Recomendo muito a leitura.
Encontrei um TED de Christian Busch onde ele explora o conceito de serendipidade de forma muito pragmática. É bacana. Assisti todo o vídeo, porém confesso que gostei mais de sua entrevista para a BBC. O vídeo está a seguir e você pode ativar as legendas com tradução automática para o português.
Nosotros: O Amor segundo Jade Rivera
Na Galeria de Jade Rivera, enquanto eu mergulhava e voava na gravura “Volar”, Valéria se encantava com outra extraordinária gravura.
Por atuar como Terapeuta de Relacionamentos Amorosos há muitos anos, a gravura “Nosotros” tocou profundamente o coração da Valéria.
Nosotros mostra um casal jovem, ambos segurando um único e desproporcional ramo de flores, que impede deles se verem. Os dois estão descalços. Ele tem uma pequena casa amarrada às costas.

A gravura simboliza um provável relacionamento amoroso e conta uma história. No início do relacionamento, tudo surge lindo e colorido. O ramo de flores representa esse momento de cores, de vigor e de paixão. Ele representa a harmonia e o frescor do aroma de uma relação. No entanto, o ramo não permite que um veja o outro completamente, sinalizando que aquele relacionamento ainda não tem profundidade porque eles ainda não se conhecem com profundidade. Somente vemos o que desejamos ver. Um não conhece verdadeiramente o outro. O que existe de fato, é uma visão imaginada, criada na cabeça de cada um deles.
Com o tempo, as flores do ramo vão secando e murchando, deixam de ser coloridas, e se tingem de uma tonalidade mais homogênea. Depois, as flores começam a cair. É nesse momento é que passamos a ver verdadeiramente quem é o(a) nosso(a) parceiro(a). Começamos a desnudar as cortinas criadas por nós mesmos e passamos a vida real de fato. Isso simboliza a maturidade de uma relação amorosa, o fortalecimento de um possível amor verdadeiro, de alma, que vai muito além das aparências efêmeras. A casa, nas costas do rapaz, simboliza que o jovem honra o seu passado, que a sua essência está presa a ele para sempre, independentemente de tudo que aconteça.
A gravura “Nosotros” é simples, porém linda e impactante.
Ao procurar sobre a gravura “Nosotros” no instagram de Jade Rivera, encontrei o seguinte depoimento dele sobre a obra.
“Nosotros” es una palabra a la que le he dado mucho valor en los últimos años. Esta imagen la hice unos días antes de casarme. Antes de eso, mi palabra más utilizada era "yo". En ella aparecen dos personas que se unen en armonía y en el aroma de un ramo de flores. Todavía no se conocen por completo, pero se perciben y se sienten cercanos. A partir de ese momento, las flores se marchitarán y poco a poco irán cayendo sus hojas y pétalos. Finalmente, quedarán ramas desnudas y llegará el momento de mirarse a los ojos plenamente. Se conocerán en el amor y con las manos juntas y apretadas se dirán cada 22 de agosto: "Nosotros".
Ao ler o seu depoimento, ficou claro que o rapaz jovem na obra é o próprio Jade Rivera. Essa é uma gravura dele próprio. Ficaria mais lindo se ele tivesse colocado uma pequena casa presa também ao corpo da menina. Porém, a minha conclusão é que essa gravura não é propriamente sobre o casal, e sim sobre ele.
Valéria ficou entusiasmada com a gravura e comprou uma cópia numerada feita em glicée. Foi uma peça cara, mas muito representativa para o trabalho dela, lembrando que ela atua como Terapeuta Especialista em Relacionamentos Amorosos. A gravura vai receber um moldura especial e ganhará lugar de destaque em seu consultório.
Saímos da galeria encantados com tudo e agradecidos pela serendipidade da vida.

Machu Picchu e os Presentes do Acaso
Já que iniciei este artigo falando de nossa viagem ao Peru, seria imperdoável não citar o esplendor e o impacto de Cusco e Machu Picchu. Valéria já conhecia. Eu não! Foi a minha primeira vez em Cusco.
Eu já havia realizado duas viagens de trabalhos à Lima, capital do Peru, mas foram viagens corridas com agenda profissional lotada. Desta vez foi diferente, eu conheci uma parte do país e adorei.
Por mais que eu tenha me preparado para viver uma experiência extraordinária em Machu Picchu, afirmo que foi muito mais... foi arrebatadora. Deus foi muito bacana e nos entregou um dia especialmente lindo em Machu Picchu: sol e céu azul tingido com nuvens esparsas, temperatura perfeita e brisa refrescante.
Coloco Machu Picchu como um dos três lugares mais fascinantes que conheci na vida. Recomendo muito!
Passamos cinco dias em Cusco e afirmo que tudo foi perfeito, repleto de serendipidade. Muita coisa para conhecer, explorar e curtir. Peru é uma boa combinação de história, belezas naturais, povo afetuoso e comida divina.
Hoje, quando publico este artigo, três semanas depois de chegarmos da viagem, entro no consultório da Valéria e vejo “Nosotros” no lugar mais nobre do espaço, com iluminação dedicada, mensagem forte, associada à uma viagem de boas coincidências de vida.

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