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O quebra-cabeça da minha vida

Durante os meus lutos e o meu sabático, várias vezes imaginei a minha vida como um quebra-cabeça e que, em determinado momento, aquele quebra-cabeça havia sido jogado no chão, espalhando todas as peças. Também imaginei que muitas peças foram perdidas, peças que faziam parte da minha vida antiga e que haviam desaparecido por conta dos meus lutos. Eu olhava para o chão e via um quebra-cabeça embaralhado e incompleto.

Na minha epifania, eu tinha consciência da impossibilidade de remontar o quebra-cabeça antigo e da obrigatoriedade em montar um novo para o meu atual contexto de vida. Ou seja, eu precisava de novas peças. Mas não era apenas isso, eu precisava buscar o maior número possível de peças, as mais diferentes possíveis, para expandir o quebra-cabeça, fazê-lo ficar maior e mais bonito do que aquele existente anteriormente. No meu imaginário, dependendo das minhas atitudes e decisões, eu poderia construir uma nova vida maravilhosa e virtuosa, ainda melhor do que aquela que vivia até recentemente, com mais possibilidades e realização.

Então passei a imaginar o meu novo quebra-cabeça de vida sem bordas, como algo que vai sempre crescer, para todos os lados, conforme novas peças forem sendo adicionadas. Não era um quebra-cabeça redondo ou retangular, era algo disforme e incompleto, sempre pronto para expandir. O segredo era evidente: quanto mais peças eu pudesse buscar, mais colorido e mais extenso o quebra-cabeça seria. Com isso em mente, eu constatei que não tinha saída: eu precisava agir para retomar as rédeas da vida… da minha nova vida.

Parte dos livros doados

Eu não sei exatamente quando esse “click” aconteceu na minha cabeça, mas confesso que foi algo mágico, que me fez sair do estado de escuridão total e acendeu um ponto de luz a ser perseguido. Mesmo assim, não foi fácil fazer o primeiro movimento. A pandemia me obrigava a ficar em confinamento social e sair de casa me parecia uma condição importante para o meu despertar. Um lobo sussurrava dentro de mim: “Você precisa se esforçar mais”.

Na minha cabeça, esforço era sinônimo de fazer força, de se arrastar, de empurrar e sofrer. A palavra “esforço” me soava uma palavra medíocre. Portanto, esforço não seria suficiente na minha condição. O que eu realmente precisava era “vontade verdadeira”, colocar mais controle sobre mim e, também, mais consciência, criando condições para avançar. Era preciso que essa “vontade verdadeira” dominasse a minha mente, o que me daria mais potência, entusiasmo e determinação. Isso tudo seria traduzido em atitudes e ações. Mas como fazer? Era preciso buscar estímulos.

Esse artigo descreve um momento crucial que vivi para chegar no estágio que estou hoje, conta como eu me estruturei para lidar com os lutos e, então, partir para um novo momento de vida. As minhas atitudes, em sua maioria, não aconteceram por acaso, elas foram quase sempre intencionais e evolutivas, delineando uma curva crescente de aprendizado, onde permiti que a minha mente aberta e desejosa de mudanças tomasse a frente de tudo. Os 22 artigos que publiquei no blog são evidências desse meu processo, que começou com dor e escuridão, até entrar no estágio de luz e entusiasmo com a vida. Tudo isso em apenas 1 ano e meio.

No topo da Pedra da Macela – em Cunha – RJ

Nas dezenas de leituras tentando desvendar o que acontecia comigo a partir dos meus lutos, eu li algo que falava sobre a existência de 4 corpos dentro de nós, e nem percebemos isso muito bem. São 4 dimensões humanas, inseparáveis e interconectadas: o corpo físico, o corpo energético, o corpo emocional e o corpo mental. Eu não tenho intenção de elaborar filosoficamente sobre isso aqui, até porque não me sinto capaz, mas tem muito conteúdo sobre o tema na internet que vale a pena ser lido. Basta fazer uma busca no google.

Ao me deparar com o conceito e com tudo que li, eu deixei a minha alma de engenheiro e executivo falar mais alto. Pensei: “Aqui está algo que pode ser transformador para minha vida: agir de forma prática nessas dimensões, simultaneamente, com atitudes firmes e radicais, desafiando e alinhando os meus 4 corpos para que a minha transformação realmente aconteça”. Ao pensar desse jeito, eu ganhei estímulo e entusiasmo. Finalmente tinha algo concreto a ser planejado e perseguido.

Pântano do Sul – Santa Catarina

Com minha cabeça fervilhando, eu comecei a imaginar o que poderia fazer para nutrir os meus corpos. Aprendi que cada corpo tem as suas motivações, se algum estiver desalinhado do restante, a jornada fica mais difícil. E, confesso, era isso que eu vivia naquela época: um desalinhamento total.

Corpo e mente em harmonia. Lidar com minhas vulnerabilidades. Viver integralmente o luto. Não lutar contra os meus sentimentos, mas deixá-los fluir. Gerar mais energia interna e mantê-la em alto nível. Fazer a vontade se impor à mente. Ter determinação para fazer. Aceitar a vida como ela é. Olhar mais para frente do que para trás. Gostar do que me parece estranho e diferente. Testar e ultrapassar os limites do meu corpo e da minha mente. Aceitar o desconforto contínuo. Tudo isso passava na minha cabeça.

Pirenópolis – GO

Como sempre faço, peguei um papel em branco e coloquei na minha frente. Pensei em reescrever as tais 4 dimensões, da minha maneira, de forma que ficassem mais claros na minha cabeça. Clareza e simplicidade eram fundamentais. Eu não queria nada complexo ou muito elaborado.

Reescrevi, então, o meu entendimento das 4 dimensões:

  • CORPO – Ter uma vida saudável. Cuidar do corpo, com atenção contínua na saúde, alimentação e vigor físico. Ter amor pelo meu corpo atual e cuidá-lo como a minha principal casa.
  • VITALIDADE – Manter um alto nível de energia no dia a dia. Elevar a minha espiritualidade e ter mais consciência do que desejo para a minha existência (propósito). Viver em paz comigo mesmo, com mais satisfação e sensação de plenitude. Agradecer pela vida que tenho, pelo que sou e por tudo que recebo.
  • EMOÇÕES – Desenvolver inteligência e equilíbrio emocional. Ser uma pessoa sempre bem-humorada, exercitando a felicidade diariamente, tendo compaixão e amor, agindo generosamente e reduzindo todos os preconceitos e vieses que carrego dentro de mim.
  • EXPANDIR A MENTE – Buscar conhecimento, abrir novos caminhos e possibilidades, agir sempre como aprendiz, ser humilde, ter pensamentos nobres e aumentar a autoestima. Ser uma pessoa aberta para o novo. Pensar com a mente de principiante e me sentir como discípulo.

Pronto! Ao fazer o meu exercício pessoal de escrever, eu passei a entender melhor o conceito das diversas dimensões existentes dentro de nós. Mesmo assim, eu ainda não estava satisfeito com as dimensões, algumas me pareciam muito amplas, vagas e abertas.

Pedra do Gavião – Ipiabas – RJ

Pensei, então, em criar categorias próprias que me facilitassem o exercício seguinte. Então reescrevi as dimensões, novamente, para:

  • SAÚDE – Alimentação, cuidar do corpo, exercício físico, médicos.
  • ESPIRITUALIDADE – Desenvolver o meu lado espiritual, aprender, praticar, cabeça aberta, desenvolver minha consciência de vida.
  • CONHECIMENTO – Aprender coisas novas, desconhecidas e diferentes, expandir horizontes, todos os dias.
  • RELACIONAMENTO HUMANO – Conhecer novas pessoas, estabelecer novos círculos de amizade, especialmente pessoas bem diferentes de mim.
  • EQUILÍBRIO MENTAL E BEM-ESTAR – Viver relaxado, aproveitar ao máximo a minha condição de vida, desacelerar, conhecer novos lugares, curtir e valorizar as coisas simples da vida.
  • EQUILÍBRIO MATERIAL – montar e sustentar a minha nova equação financeira de vida, buscar uma vida minimalista, praticar o desapego, viver feliz com o mínimo.
  • VIVER E ENCERRAR O CICLO DOS LUTOS – Viver intensamente e integralmente os lutos (de minha esposa, de meu emprego e da minha vida antiga). Fechar esse ciclo.

Agora sim! A lista ficou plenamente adaptada para minha condição. Está objetiva e de fácil entendimento. Com essas categorias eu me senti preparado para pensar nas ações.

Peguei um caderno azul, grande, onde já havia poucas anotações de coisas que eu estava pensando, colei uma etiqueta na capa e escrevi: “A Jornada”. Pronto! Não havia mais desculpa. Eu estava pronto para o exercício mais importante.

Jeep na estrada – Pouso Alto – MG

Abri na primeira página em branco e comecei a anotar tudo que vinha na minha mente, de forma aleatória e ampla. Em poucos dias já havia páginas de ideias, fragmentos de desejos, coisas sem sentido, outras com muito sentido, tarefas hercúleas e algumas atividades que pareciam bem simples. Foi quase impossível não conectar com a imagem do quebra-cabeça que rondava a minha cabeça. Se eu realmente conseguisse pensar em ações endereçando as dimensões acima, eu estaria dando o passo necessário para a criação de novas peças para o meu quebra-cabeça. O caderno ficou na mesa da sala durante semanas, na minha frente, lembrando-me a cada minuto da importância que aquele caderno poderia representar para o meu futuro.

Nem tudo foi fácil. A princípio, o que é físico parece mais simples. Por isso, pensar em ações para cuidar da saúde foi bem mais fácil do que pensar em ações para desenvolver a espiritualidade ou buscar mais equilíbrio mental e emocional. Por outro lado, também ficou evidente que muitas das ações que eu tinha em mente eram multidimensionais, ou seja, atuavam em várias perspectivas diferentes. Um bom exemplo foi o meu desejo de fazer caminhadas de longo curso, que é uma ação que impacta várias dimensões, e não somente o corpo físico. Uma caminhada longa, em silêncio, nos permite ouvir a voz interior, falar com nós mesmos, pois gera reflexão profunda, eleva o espírito, dá paz e ativa a nossa espiritualidade.

Desapego

Outra coisa que ficou evidente para mim foi a necessidade de uma mudança radical de comportamento de minha parte. Naquela época, eu estava recluso, escondido das pessoas e alimentando a minha fossa. Eu não agia de forma mal-educada e nem era grosseiro, mas eu me comportava de forma negligente com as pessoas, com meus amigos, ex-colegas de trabalho e até familiares. Estava claro que eu precisava fazer uma mudança radical no meu grau de sociabilidade. Em vez de ficar isolado, era necessário buscar as pessoas, me relacionar, conversar, compartilhar e aprender com os outros. E, indo mais além, para minha mudança e provocação interna, eu deveria buscar novas amizades, novas cabeças, novas ideias e novos horizontes. Daí uma luz se acendeu: em vez de procurar as minhas amizades antigas, o meu foco deveria ser o novo, entrar em novos círculos, conhecer pessoas e mentes diferentes de mim. Essa linha de pensamento se tornou chave para as minhas ações.

Conhecimento novo foi outra onda também. Era preciso consumir conteúdo diferente do que eu fazia até então. E não somente conhecimento geral, mas conhecimento específico também. Então apaguei playlists antigas e criei outras totalmente novas, doei livros e CDs, cancelei a TV a cabo, parei de ver TV aberta, assinei novos serviços de stream e conteúdo, passei a ler muito mais ao invés de ficar zapeando vídeos aleatórios e séries no Netflix, aprendi a gostar de audiobooks, passei a consumir “lives” de temas desconhecidos que me interessavam, etc. Teve um período que consumi muito conteúdo sobre “perdas e lutos” para entender o que rolava dentro de mim. Foram dezenas de livros, podcasts e vídeos. Simultaneamente, fui aumentando continuamente o consumo de conteúdo de temas ligados a filosofia e espiritualidade. Passei a ler mais biografias, que adoro! Foi uma inundação de mudanças na busca incansável de novos conhecimentos.

Eu e os milhares de negativos

Cabe dizer que a minha entrada no mundo da espiritualidade teve início há 4 anos, e foi um processo evolutivo. No início, dediquei mais tempo ao tema movido pela curiosidade. Depois eu passei realmente a acreditar e sentir necessidade de conhecer e estudar mais. A espiritualidade me levou a estudar filosofia, a consciência humana, praticar o virtuosismo e agir de forma mais minimalista e generosa. Tudo isso, de alguma forma, se conecta e se soma. No início de 2021 eu entrei em um curso de filosofia.

Passei a estudar “investimento e mercado de capitais”. Há mais de 2 anos que eu já vinha fazendo isso, porém lentamente. No ano passado isso se tornou uma prioridade e o meu conhecimento no tema cresceu de forma acelerada. Hoje eu mesmo administro o que consegui acumular ao longo do meu tempo de vida, com confiança, por que sigo o que conheço e acredito. Estou convencido que tenho a estratégia correta.

Foram muitas atividades anotadas no caderno de capa azul. Com o passar do tempo, mais ideias apareceram. Tem várias delas que ainda estão somente no papel e não se transformaram em realidade. Eis um exemplo: fazer o Caminho de Santiago de Compostela, sozinho, de Saint-Jean-Pied-de-Port (França), passando por Santiago de Compostela (Espanha) e terminando em Finisterra (Espanha), num total aproximado de 900km, com 37 dias caminhando. Outro exemplo de um desejo ainda no papel: fazer um curso de neurociência. Mais uma proposta por fazer ainda na lista: me engajar no Amigos do Bem de Alcione Albanesi e passar um tempo no sertão nordestino.

Nas planatções de uva em Apiúna – SC

Para dar uma visão prática e organizada do que falei até aqui, eu apresento abaixo uma lista de 35 ações que realizei ao longo da minha jornada. Muitas surgiram como desejos e sonhos, para só se transformarem em realidade mais tarde, como por exemplo mudar de residência. Como já disse antes, ainda existem desejos por realizar, porém não apresento essa lista de “atividades pendentes” aqui.

A lista está apresentada em 3 lotes em ordem decrescente de prioridade. Os itens marcados com “c” são os que considero como menos relevantes, os itens “b” têm relevância intermediária, e os itens “a” são aqueles que considero importantes.

Algumas das ações parecem simples e bobinhas, mas entenda que, somadas, elas causaram impacto e ajudaram o meu movimento de vida. O último item da lista é a única ação que não foi planejada. Na verdade, ela foi um presente de Deus. É sem dúvida o que de mais importante aconteceu na minha vida nos últimos doze meses, sendo fundamental na minha jornada até agora. Acho que Deus estava me olhando lá de cima e disse: “Mauro, você é um cara legal, vou dar um presente especial para você, e esse presente vai transformar a sua vida”.

No Mirante Imperial – Vassouras – RJ

Lista:

c- Aprender a cozinhar a minha própria comida – FEITO! Hoje eu faço comida diariamente!

c- Vender o carro antigo e comprar um novo carro 4×4 a diesel – FEITO! Comprei um Jeep para viajar bastante pelo país. Foi caro, pensei muito antes de tomar essa decisão.

c- Estudar e aprender wordpress para repaginar completamente o meu blog pessoal e transformá-lo em um site mais moderno – FEITO! Essa atividade se transformou em um exercício maravilhoso de revisão da minha vida profissional e me fez ver que construí uma carreira bem bacana.

c- Cancelar o telefone fixo e ficar somente com o celular. Cancelar a TV a cabo. Contratar fibra ótica de alta velocidade – FEITO!

c- Rever assinaturas pagas de ferramentas de conteúdo e produtividade – FEITO! Hoje estou com assinaturas do Spotify, Netflix, Prime, HBOMax, Café Brasil Premium, Skeelo, Evernote, Google Drive, Microsoft Onedrive

c- Tomar chá de quebra-pedra disciplinadamente todos os dias – FEITO! Há quase 30 anos que convivo com uma doença crônica: cálculo renal. Já passei por duas cirurgias. Há quase um ano que tomo chá de quebra-pedra todos os dias. Hoje eu não tenho nada. Estou super limpo de pedras nos rins. Zerado!

c- Estabelecer uma nova rotina nas redes sociais: abandonar o Facebook e usar apenas WhatsApp, LinkedIn e Instagram de forma controlada – FEITO! Faço apenas duas entradas diárias no LinkedIn, Instagram e Email.

c- Dormir cedo para acordar cedo – FEITO! Se tornou uma rotina, quase sempre.

c- Praticar jardinagem, pelo menos 1 hora diária ou mais – FEITO! Pratiquei essa atividade por 9 meses, mas parei em março de 2021 porque agora vivo em um apartamento.

Jardineiro

c- Exercitar fortemente o desapego e doar quase a totalidade de CDs, DVDs, LPs, livros, etc que tenho na casa – FEITO! Eu doei quase tudo que tinha na minha antiga casa (roupa de cama e mesa, muitos utensílios de cozinha, bebidas caras, mobiliário, camas, etc) e, confesso, era muita coisa! Já contei isso no blog, nos artigos “Desapego, Escolhas e Mudanças” e “Quanto mais leve a mochila, mais longe eu vou“. Foi bem desafiador.

c- Organizar a minha vida no computador, porque ter as coisas organizadas me dá paz – FEITO! Reduzi o consumo de papel e uso serviços pagos em nuvem, como google drive e onedrive, integrados com meu smartphone.

c- Prestar mentoria voluntária FEITO! Estou começando agora! Ainda não tenho clareza dos impactos e dos benefícios que isso vai me trazer. Entrei no Leading.Zone recentemente, depois de procrastinar nessa atividade durante muitos meses. Faz uma visita no Leading.Zone para conhecer porque vale a pena.

b- Marcar consultas com médicos (clínico geral, endocrinologista, urologista e ortopedista/osteopata). Fazer todos os exames solicitados. Seguir todas as recomendações – FEITO! Todos os remédios que eu tomava foram suspensos porque os exames mostraram que estou ótimo. Apenas continuo com o hormônio por conta de meu hipotiroidismo.

b- Cancelar assinaturas de jornal impresso. Não ver mais Jornal Nacional ou quaisquer noticiários que contam as notícias perversas do dia a dia – FEITO!

b- Obter cidadania portuguesa – FEITO! O processo foi concluído e agora sou cidadão português.

b- Criar hábito de leitura no Kindle, ao mesmo tempo que leio livros de papel. Ler vários livros simultaneamente para acelerar meu conhecimento em áreas diferentes – FEITO! Baixei e li mais de 20 livros no Kindle no ano passado. Também vários livros de papel. Hoje tenho 4 livros de papel na cabeceira, lendo simultaneamente conforme meu astral e interesse.

b- Na área de investimentos, sair da renda fixa e entrar com tudo na renda variável (ações e FIIs) – FEITO! Foi um processo lento e de aprendizado, que me deu autonomia e segurança.

b- Assinar o jornal Valor para receber conteúdo relevante para gestão dos meus investimentos – FEITO! Fiz uma assinatura digital.

b- Dedicar 1 hora diária, pelo menos, para administração da minha vida financeira – FEITO! Faço isso com paixão porque estudo e gosto do tema.

Estrada Real

b- Não se fechar e exercitar diariamente a busca por conhecer e se relacionar com novas pessoas – FEITO! Tenho buscado isso por diversos meios, desafiando o meu comportamento natural de ficar quieto e sozinho no meu canto.

b- Fazer uma nova tatuagem para marcar a mudança de ciclo na minha vida – FEITO! Em agosto de 2020 fiz uma tatuagem no braço que funciona como um rito de passagem na minha cabeça.

a- Estudar história e filosofia – FEITO! Iniciei um curso de filosofia na Nova Acrópole

a- Doar todo o conteúdo do escritório de arquitetura da Regina para alunos necessitados do curso de arquitetura e amigos arquitetos – FEITO! Fiz isso com muito critério e lentamente ao longo do ano passado. Desmontar o escritório dela foi emocionante, acariciou a minha alma e me deu a sensação de que o trabalho da Regina terá continuidade, que nada que ela construiu e conquistou foi em vão. O site do escritório da Regina eu mantive ativo e continua lindo até hoje -> http://reginasegura.com.br/

a- Criar álbuns digitais super caprichados e completos com fotos de toda a minha vida – FEITO! Eu mesmo digitalizei milhares de fotos e isso causou um efeito magistral sobre mim, porque permitiu rever toda a minha vida. Foi uma viagem espetacular, mostrando a família linda da qual faço parte, e que tudo foi construído ao redor de um lar repleto de amor e carinho.

a- Fazer caminhadas diárias com intuito de me fortalecer e cuidar da saúde – SUPER FEITO! Faço caminhadas diárias de 5 a 12km (5K é aceitável, 8K é o ideal e 12k é maravilhoso) que colaboram para minha saúde, espírito, equilíbrio emocional e vitalidade. O impacto na minha condição física e mental tem sido enorme.

a- Pé na estrada: Fazer viagens pelo Brasil, de carro ou caminhando, com regularidade, conhecer lugares novos – FEITO! Nos últimos 12 meses fiz mais de 25 mil quilômetros de carro, visitando mais de 48 cidades diferentes no Brasil, em 5 estados diferentes. Teve meses que a minha média de caminhada diária foi 15km.

a- Planejar a saída definitiva do Rio de Janeiro – SEMIFEITO! Hoje estou com um pé em Goiânia e um pé no Rio. Mas sair do Rio é algo que vai acontecer.

Mudança

a- Ter uma vida minimalista – FEITO! Doei mais de 80% do que tinha na antiga casa e hoje vivo com o mínimo necessário. Tenho consciência que ainda posso evoluir muito nesse estilo de vida.

a- Tornar o dia do primeiro aniversário da partida da Regina em um dia especial e de reflexão – FEITO! Foi um dia em que senti realmente me despedindo dela, como se ela estivesse partindo para uma longa viagem, sem volta. Já contei sobre esse dia no artigo “Um ano depois, a nossa última rosa”, publicado no blog.

a- Escrever ao menos 1 vez por mês no meu blog para contar a minha história – FEITO! Essa atividade teve um impacto extraordinário na minha evolução, funcionou como uma catarse e arrumou meus pensamentos.

a- Viver o dia do meu aniversário de 60 anos de forma especial – FEITO! Já contei essa história aqui no blog nos artigos “A minha viagem de 60 anos” e “Sobre fazer 60 anos“. Foi um dia que passei no alto de um monte e tive uma conversa séria com Deus. Foi um dia incrível: eu comigo mesmo!

a- Escrever cartas para Regina para conversar com ela e aliviar minha dor – FEITO! Já escrevi muito sobre isso no blog. Essa atividade foi fundamental para eu viver intensamente o luto… e fechar o ciclo. Escrevi um artigo, contando essa minha experiência, chamado “Cartas para Regina“. Foram mais de 700 páginas de cartas escritas, sendo a última escrita em janeiro de 2021.

Caminho do Vale Europeu – Benedito Novo – SC

a- Caminhadas de longo curso, com grupos diferentes de pessoas – FEITO! Contei no blog, em detalhes e com fotos, a minha experiência no Caminho do Vale Europeu, em um percurso a pé de 220 km, no artigo chamado “Mulheres no caminho“.

a- Mudar da casa enorme, própria, para um apartamento pequeno alugado – FEITO! A residência nova me deu uma sensação real de mudança de vida e novas perspectivas.

aaa- O surgimento de um novo amor!!
Como já falei, esse foi um presente de Deus! Eu nunca imaginei que isso pudesse acontecer. Mas aconteceu. E foi, de longe, o que aconteceu de mais importante na minha trajetória recente. Ter a Valéria ao meu lado me deu propósito e entusiasmo de viver, iluminou a minha existência e me faz acreditar que posso estar diante da fase mais linda da minha vida.

Essa lista é simplesmente uma lista. Não tem nada de extraordinário. O que realmente faz a diferença é somar tudo, imaginar que tudo estava acontecendo quase que simultaneamente, além de como os avanços e conquistas alimentavam a minha alma e me davam esperança.

Talvez eu escreva um artigo dando detalhes do conteúdo que consumi (livros, podcasts, vídeos) que me ajudaram no meu processo evolutivo na espiritualidade, no entendimento do luto e em como lidar com as dores internas. Eu já escrevi um pouco sobre isso nos artigos “A minha experiência com o luto” e “Quando o luto pode ser doce“.

Algo que posso escrever também é sobre os conteúdos que me ajudam na administração financeira e investimentos, especialmente em renda variável. Ao longo do tempo desenvolvi uma estratégia própria, quase uma metodologia, que me dá tranquilidade e confiança de estar fazendo a coisa certa, mesmo no atual momento de incertezas em relação à pandemia global, política e economia nacionais.

Caminho dos Anjos – Ipiranga – em Rodeio – SC

Apesar de tudo que contei parecer racional, lógico e simples, o que desenvolvi foi um modo muito particular frente ao meu contexto de vida. Certamente a minha fórmula não é a solução para outras pessoas, mas acredito que compartilhar a minha história, de alguma forma, incentiva as pessoas a refletirem e a buscarem seus próprios caminhos para lidar com os desafios, percalços e oportunidades que têm na vida.

Confidencio que estou vivendo um momento de paz e felicidade. Como já falei antes, este momento não veio por acaso. Ele tem origem em algo que foi plantado, cultivado e protegido. Foi algo que nasceu dentro de mim, de forma genuína e autêntica, que ajudei a semear, mantendo o olhar firme no horizonte, olhando para frente e não para trás, aceitando a chuva e a tempestade dos dias mais difíceis, mas acreditando que dias de sol viriam pela frente. Eu acreditava que o caminho a ser seguido estava dentro de mim, era preciso deixá-lo desabrochar e aceitar um novo futuro, diferente daquele que planejei anos atrás. Tudo estava comigo, me bastou levantar a cabeça, baixar as guardas e deixar esse novo mundo entrar.

Na região de Campo Florido – MG