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A jornada de ressignificação da minha vida

A viagem de ressignificação da minha vida teve início em 2020, que é o ano que completei 60 anos de idade. No entanto, as primeiras inquietações internas começaram lá pelos meus 50 anos, porém eu tratava de domá-las e afastá-las, interpretando-as como simples desvios de pensamento, devaneios e obstáculos para a minha rota de vida. As perguntas e questionamentos que surgiam no meu interior eram abafadas pelas minhas obrigações e demandas do dia a dia.

Nos primeiros dias de 2017, quando o câncer da minha amada Regina foi descoberto, tudo se embaralhou na minha vida. As perguntas e questionamentos existenciais, represadas no fundo da minha mente, saíram da caverna e conviveram comigo ao longo dos anos seguintes.

O tratamento da Regina e o meu trabalho, misturado à busca insaciável de viver o futuro perdido no presente indesejado, trataram de roubar o meu tempo e ocupar a minha cabeça, colocando mais uma vez as perguntas em banho-maria. Porém, algo já havia despertado dentro de mim, na verdade dentro de nós, porque eu e Regina iniciamos uma jornada espiritual e de autoconhecimento, que transformaram os nossos anos seguintes em algo sublime e profundo.

Este artigo conta a minha jornada de transformação de vida tendo por base as perguntas surgidas na minha mente ao longo do tempo, como procurei respostas, quais direções tomei e os novos olhares e percepções que apareceram, o que me levou a ressignificar o meu passado, mudar o meu entendimento de vida e tomar decisões que mudaram completamente o meu estado mental em relação à felicidade, bem-estar, visão de vida e realização pessoal.

Regina partiu deste mundo no dia 28 de fevereiro de 2020, na véspera da pandemia. Eu havia pedido demissão do emprego alguns meses antes, para viver integralmente com e para ela. Ao longo dos 3 anos de seu tratamento (que foram intensos), caíram por terra muitos dos meus conceitos de felicidade, sucesso e objetivos de vida. Determinados valores e prioridades, até então dentro de mim, derreteram perante a nova realidade que vivíamos. No entanto, aqueles anos de tratamento foram os anos mais felizes da minha união com a Regina porque nos doamos por completo.

Na casa de Paraty

O artigo “O que aprendi com o câncer”, escrito em 2017, quando vivíamos uma fase de remissão temporária da doença, é a evidência de que a minha transformação, de alguma forma, já havia começado mesmo sendo uma mudança muito tímida perante o tsunami que estava por vir.

Até então, a minha vida era voltada para o sustento da minha família, do meu trabalho e carreira e da minha preparação para construir um “futuro tranquilo e seguro”. De repente, eu não tinha mais a parceira de minha vida, os meus filhos estavam crescidos e independentes, eu não tinha mais emprego, não tinha mais demandas, não tinha hora para acordar e o futuro imaginado havia desaparecido. Havia somente um grande vazio a ser preenchido por mim. Por que, para que e para quem viver?

Em abril de 2020 eu publiquei o artigo “Em busca de propósito, onde contava o meu estado de espírito e a necessidade de repensar completamente a minha existência. Eu estava perdido, desorientado, sem entender o motivo e a razão por estar vivo. Por outro lado, algo interno me dizia que aquela poderia ser uma grande e singular oportunidade de transformação de minha vida. Havia um portal diante de mim.

A partir daquele instante eu comecei a prestar mais atenção às perguntas que pulavam em minha mente, desde coisas simples até questões existenciais. Passei a me ouvir. A busca por respostas foi inevitável. Porém, cada vez que encontrava indícios de respostas, surgiam novas perguntas que despertavam uma nova onda de busca, com mais perguntas, em um loop interminável.

Compreendi que eu precisava desbloquear as minhas emoções. Precisava deixar sair tudo de dentro de mim… tudo que estava enjaulado há muito tempo. Era preciso me observar mais para me conhecer melhor, porém abrindo as jaulas, me tornando mais acessível para os outros e para mim mesmo, buscando ser mais poroso e permeável.

No meio de tudo isso, eu também precisava descobrir novas habilidades pessoais, potenciais e interesses dentro de mim, deslumbrar novos caminhos e possibilidades, sair daquele meu mundo limitado e… ousar! Eu precisava despertar “novos Mauros”.

Adotei a palavra “aventura” e entendi que a minha jornada precisava ser recheada de novas experiências e novas vivências, com novas pessoas e novos pensamentos, exigindo um repensar de valores e crenças. Era preciso me desafiar, abraçar o desconforto, me lançar ao fluxo da vida para alcançar novos mares. E foi isso que persegui.

Passei a deixar fluir naturalmente as perguntas. Consegui abandonar o velho cacoete de abafá-las e tratá-las como um mero incômodo. As perguntas começaram a jorrar e eu tratei de colocá-las na minha frente, em um pedestal, tratando-as como a essência da minha busca e meu propósito.

Será assim que seguirei com este artigo, enumerando as perguntas que surgiram na minha cabeça, mais ou menos na ordem em que elas surgiram, como cuidei de procurar respostas, como novas perguntas surgiram, dentro do loop que citei anteriormente.

Ao longo do texto, colocarei links para os meus artigos (do blog) que melhor contam os momentos desta minha jornada. Citarei, especificamente, os conteúdos (livros, TEDs, vídeos, podcasts etc) e experiências que me foram mais importantes, já que seria impossível listar todos.

Em Paraty

1- O QUE É MORRER? O QUE ACONTECE DEPOIS DA MORTE?
2- O QUE É O LUTO? COMO SUPERAR O LUTO?

Enquanto Regina estava viva, eu nunca me permiti pensar muito sobre como seria o dia seguinte à sua morte. Quando me pegava iniciando um pensamento nessa linha, eu tratava de afastar porque me fazia pensar que eu estava antecipando alguma coisa. E agi assim até o dia de sua partida.

No entanto, quando ela partiu, a minha mente foi ocupada brutalmente pelas perguntas inevitáveis sobre MORTE. Será que é assim mesmo? A gente morre e pronto? Pensei na minha própria morte. Junto veio a questão do LUTO.

Conversei com pessoas que viveram ou estavam vivendo a perda de entes queridos, mas da maioria recebi muito lamento e vitimismo. Eu não queria esta espécie de conforto e feedback. Era preciso sair do meu círculo pessoal. Eu precisava entender o que acontecia dentro da minha cabeça e quais seriam as alternativas para minha autossuperação.

O reconhecido livro “A morte é um dia que vale a pena viver”, de Ana Claudia Quintana Arantes, é espetacular e foi muito importante. Eu li este livro meses antes da partida da Regina (li mais de uma vez) e fez muita diferença para mim, especialmente na condução dos momentos derradeiros, nos últimos dias de vida dela. Esta obra deveria ser lida por todo mundo. A autora participou de um TED há 10 anos, quando ela contou um pouco do conteúdo do livro em um vídeo de 18 min. Muito bom, mas ele não substitui o livro.

O famoso TED de Nora McInerny, chamado “Nós não deixamos a dor para trás. Seguimos em frente com ela”, foi uma “porrada” para mim. Neste vídeo, Nora conta a sua experiência com o luto, da perda de seu primeiro companheiro de vida, da sua ressureição com um novo companheiro e como ela vem vivendo sentimentos conflitantes ao longo dessas duas fases de vida. Pela primeira vez eu vi alguém falando de forma pragmática sobre morte e luto, sem rodeios e filtros, porém com algumas gracinhas que achei desnecessárias. Este vídeo de apenas 15 min somou peças ao meu quebra-cabeças da vida. Vale a pena (tem legendas em português).

O excepcional livro “A morte na visão do espiritismo”, de Alexandre Caldini, me trouxe muitas respostas e conforto. Assisti algumas lives de Caldini que abriram a minha mente e funcionaram como boias de esperança, onde me agarrei com força, flutuando no meu mar sem horizonte. Depois li um outro livro dele, também excelente, chamado “A vida na visão do espiritismo”. Procure Alexandre Caldini no Youtube e encontrará excelente material.

A ESPIRITUALIDADE me ajudou muito no entendimento da morte, e continua me ajudando de forma ampla, me trazendo paz, esperança, bem-estar, segurança, vitalidade e significado para os eventos da vida. Aprendi que existem palavras mais corretas para expressar a morte, como desencarne, passagem, partida e outras. Obviamente que tudo isso está muito vinculado às crenças, religião e formação espiritual de cada indivíduo. Eu descobri que A MORTE NÃO É O FIM DE TUDO.

Acho que o meu luto se divide entre antes e depois de ouvir o episódio “66 – Sobre lidar com perdas”, do podcast Autoconsciente, de Regina Giannetti. É um episódio curto, de apenas 30 minutos, porém profundo e esclarecedor. Acho que ele me tocou muito forte porque ouvi este episódio, pela primeira vez, em um instante de intensa VULNERABILIDADE. Ele entrou fundo na minha alma. Neste episódio eu aprendi o processo do luto e como lidar com os sentimentos. Recomendo não somente este episódio, mas todo o podcast Autoconsciente.

Ao entender que o luto é um processo e que ele só pode ser superado se for vivido integralmente, eu me joguei nos estudos sobre o luto. E, de tudo eu consumi, o livro “Sobre a morte e o morrer” de Elisabeth Kubler-Ross é especial, porque a autora apresenta os estágios do luto, em detalhes e com profundidade. Naquela época, eu ainda estava vivendo a primeira fase do luto que é “negação e isolamento”, e já ensaiando a entrada na segunda fase: a “raiva”. Era preciso estar consciente e preparado para tudo que eu ainda eu iria viver, porque possivelmente isso poderia tornar o luto menos doloroso. Existe um documentário excelente, emocionante, chamado ‘Viver amorosamente até o fim – Vida e Legado de Elisabeth Kubler-Ross”. Recomendo!

O processo do luto pode ser aplicado a outros tipos de perda além da perda de um ente querido, como, por exemplo, a perda de um emprego, o fim de um relacionamento ou outras transições importantes na vida.

Aprendi que o luto tem significados e desdobramentos diferentes para cada pessoa. Também aprendi que o luto é individual, diferente em intensidade e sentimentos, portanto não existe fórmula ou receita. Enfim, cabia a mim entender o “meu luto. Considerando que o processo era inevitável, a minha procura era entender como eu poderia acelerar o meu processo. O exercício de autoconhecimento passou a ser fundamental.

Com foco na auto-observação, no autoconhecimento e no meu DESENVOLVIMENTO ESPIRITUAL, eu comecei a buscar mais tempo para ficar sozinho, contemplativo, olhando para o meu interior, buscando me conhecer melhor. Não era um isolamento fugidio para lamentação, mas um isolamento meditativo, com foco mental e espiritual.

Eu comecei a fazer longas caminhadas sozinho e descobri que aquilo me fazia muito bem, tanto fisicamente, quanto mentalmente. Caminhando eu conseguia fazer incursões dentro de minha cabeça, arrumava pensamentos, me levando várias vezes a tomar decisões de vida. Este impulso intenso de caminhar sozinho por longo tempo nunca mais parou.

Na praia do Recreio, no Rio de Janeiro

3- COMO LIDAR COM A SAUDADE AVASSALADORA?
4- COMO DEIXAR FLUIR OS SENTIMENTOS?
5- QUAL A DIFERENÇA ENTRE EMOÇÕES E SENTIMENTOS?

No meu processo de luto, eu precisava deixar FLUIR OS SENTIMENTOS. Isso era parte do processo de superação do luto. Ficar sozinho, curtindo intensamente a fossa, não evitar a dor, deixar fluir, acreditando que algum dia o processo termina.

Comecei a escrever cartas para Regina em cadernos, de forma livre, escrevendo tudo que vinha a minha mente. Escrevi devaneios, desabafos, cartas de amor, promessas, uma miríade de coisas que pulavam na minha cabeça inquieta. Escrevi, impulsivamente, ao longo de meses. Foi uma catarse, uma espécie de remédio e uma forma de conversar com Deus.

Os cadernos de cartas somaram perto de 700 páginas. Depois de algum tempo, os textos foram mudando. Passei a escrever mais sobre mim, o que eu sentia e o que eu queria, ou seja, eu comecei a construir o “meu caderno”, a minha nova história de vida. Deixei de escrever conversas com Deus, e passei a escrever as conversas que eu tinha comigo mesmo.

Escrever artigos no meu blog e no LinkedIn, me vulnerabilizando, externando toda montanha-russa que eu vivia, foi também uma forma de liberdade. Recebi muitas e muitas mensagens no blog de apoio e solidariedade, mas também mensagens me sinalizando alternativas e caminhos que até então eu não vislumbrava. Foi muito bom (e ainda é!!!) receber suporte e carinho desta rede.

Nos primeiros meses, após a partida da Regina, eu senti muita CULPA por buscar alegria em momentos triviais da vida, por sorrir, por me permitir ficar leve e por fazer coisas divertidas e prazerosas. No meio das minhas leituras, conheci a “síndrome do sobrevivente”, que é basicamente sentir culpa por continuar existindo. Eu estava vivendo isso.

Inicialmente, escrever foi a forma que encontrei para destravar a mente, abrandar a culpa, desabafar, deixar fluir emoções e sentimentos. Mais tarde o “ato de escrever” tornou-se uma forma eficaz de ORGANIZAR PENSAMENTOS, arrumar minha cabeça e construir pontes de esperança para a minha vida.

Os cadernos foram o primeiro sinal concreto de que um novo Mauro estava surgindo.

Conheci, depois, o método da Comunicação Não Violenta – CNV. O conceito do CNV foi elaborado para melhorar a comunicação entre pessoas e para intermediação de conflitos. O surpreendente é que o método se mostra extremamente poderoso no desenvolvimento de uma conversa interior. Ao aprender e aplicar o método em mim mesmo, ele se mostrou muito eficaz no entendimento de minhas emoções e sentimentos. Acabei incorporando alguns dos conceitos no meu dia a dia. Eu recomendo o livro “Comunicação Não Violenta”, do psicólogo Marshall B. Rosenberg. O livro é de fácil leitura, com linguagem didática, farto de exemplos e muito bem-organizado.

Cadernos

6- COMO ME TORNAR UMA PESSOA MAIS RESILIENTE?

Como falei antes, no aprendizado do luto eu descobri que era importante não sublimar a dor. Era preciso viver tudo, deixá-la fluir, impiedosamente. Por outro, eu precisava SER RESILIENTE para enfrentar tudo aquilo. Muitas vezes eu tinha a impressão de que eu me autossabotava.

A palestra “3 segredos de pessoas resilientes”, de Lucy Hone, realizada no TEDxChristchurch (tem legendas em português), apresenta estratégias e comportamentos de pessoas resilientes. A terceira estratégia, chamada “Isso está me ajudando ou me machucando?”, me ajudou bastante. Ela diz para nos questionarmos o tempo todo: “A maneira como estou pensando ou agindo nesse momento está ajudando ou prejudicando o meu esforço para lidar com a minha situação?”

A palestrante fala sobre PENSAMENTOS SABOTADORES e auto detratores. Enfim, o TED me alertou que era preciso eu me auto-observar mais e agir, pois sair da caverna onde eu havia me enfiado dependia apenas de mim, de mais ninguém.

Teresópolis, no Rio de Janeiro

7- QUANDO TERMINA O LUTO?
8- COMO CRIAR UM MARCO PARA O MEU NOVO CICLO DE VIDA?

Tomei a decisão de que era hora de fazer uma grande mudança na minha existência, de entrar em um novo e virtuoso CICLO DE VIDA, mesmo não tendo ideia de como seguir com isso. Na minha cabeça, eu precisava estabelecer um marco para sinalizar que o passado já havia ficado para trás. Queria fazer algo que eu pudesse me testar, passar um tempo sozinho e tomar decisões de vida. Eu estava próximo de fazer 60 anos de idade e aquele me parecia um momento muito especial.

Decidi fazer uma viagem de carro sozinho, longe de tudo e de todos. Como vivíamos os primeiros meses da pandemia, confesso que foi uma decisão de risco, mas segui adiante.

Minha viagem solitária de aniversário 60 anos foi um ponto de inflexão e uma forma de deixar claro que agora era eu comigo mesmo. A partir daquela experiência eu passei a considerar que o meu processo de mudança estava em curso, sem possibilidade de retorno ou interrupção.

Esta foi uma viagem transformadora, porque descobri que eu me basto, que gosto muito de mim e que fico numa boa sozinho. Ela também marca o início de uma fase “pé na estrada”. Nos 12 meses seguintes, eu fiz mais de 25 mil quilômetros de carro e a pé, visitando mais de 48 cidades diferentes no Brasil. Teve meses que a minha média de caminhada diária foi de 15km.

Um outro marco importante foi criar um momento de despedida final da Regina. Eu precisava libertá-la de mim e aceitar a sua partida. Para isso, era preciso estabelecer uma cerimônia, algo mágico, íntimo, pessoal e inesquecível. Desta forma, em 28 de fevereiro de 2021, exatamente 1 ano após sua partida, eu conduzi um pequeno ritual, na Praia do Recreio dos Bandeirantes, no Rio de Janeiro. Este ritual está detalhadamente contado em meu artigo “Um ano depois, a nossa última rosa”. A sensação foi que ali, naquele momento, eu estava realmente fazendo a despedida final da Regina, como se ela tivesse partido para uma longa viagem sem volta.

Aprendi, no meu processo de luto, que é saudável criar marcos de MUDANÇA DE CICLOS. Esses marcos funcionam como virada de página, ou melhor, mudança de capítulos. Para mim, esse momento da rosa chegando à Regina marca uma mudança de capítulo no meu livro da vida. Acredito que a rosa encantada no mar simboliza apropriadamente o fim do meu luto.

A minha viagem solitária dos 60 anos

9- O QUE EU QUERO PARA MINHA VIDA?
10- QUAL É O MEU PROPÓSITO? QUAL É O SENTIDO DA VIDA?
11- POR QUE EU EXISTO? POR QUE ESTOU VIVO?

Questões existenciais já estavam pulando na minha mente ao longo do tempo, mas quando liberei geral elas realmente explodiram e se tornaram tormentos.

A busca por evidências de respostas às perguntas acima aumentou os meus momentos de profunda introspecção.

Minhas caminhadas diárias passaram ser muito mais longas, mais de 10km, no meio da natureza e da pandemia, com sol na cara e muito contemplativas. Eu não parava de pensar e conversar muito comigo mesmo, em diálogos com partes de mim que eu nunca havia alcançado. Passei a me auto-observar ainda mais.

Consumia livros, podcasts e vídeos de forma intensa.

O livro “Em busca de sentido” de Viktor Frankl e os livros “A Bailarina de Auschwitz” e “A liberdade é uma escolha” de Edith Eva Eger são extraordinários. Ambos os autores contam, em seus livros, suas experiências em busca de PROPÓSITO E SENTIDO DE VIDA nos campos de concentração durante a Segunda Guerra Mundial. Tudo parece pequeno diante do que eles viveram e de como transformaram suas vidas.

O livro “Findind Meaning: The Sixth Stage of Grief”, de David Kessler, fala sobre a sexta fase do luto: encontrar um sentido. Quando começamos a pensar de forma lúcida e equilibrada sobre propósito e significado, é porque o luto está em seus momentos derradeiros. Era o meu caso!

No caminho do Vale Europeu

12- O QUE É UMA VIDA QUE VALE A PENA?

As questões existenciais, os dilemas profundos e a espiritualidade me levaram a estudar filosofia e a consciência humana. Colocar a FILOSOFIA na minha vida foi transformador. A conexão entre filosofia e espiritualidade foi natural e amplificou o meu entendimento da vida.

Eu entrei no curso “Filosofia à Maneira Clássica” na Escola Nova Acrópole e foi sensacional. Conheci o Estoicismo, a Sabedoria Hermética, Bhagavad Gita, a Voz do Silêncio de Helena Blavastky e o “Mito da Caverna” de Platão. Me identifiquei muito com a caverna.

Fui apresentado à Professora e Filósofa Lúcia Helena Galvão e me encantei. Assisti dezenas de apresentações da Profa. Lúcia Helena em podcasts e vídeos. Todos espetaculares e transformadores. Recomendo fortemente o canal na Escola Nova Acrópole no Youtube, com dezenas de aulas filosóficas de muita qualidade.

Alguns livros filosóficos precisam ser citados, como “A Arte de Viver” de Epicteto, “Meditações” de Marco Aurélio e “Caibalion”. Todos os três merecem ser lidos.

O livro Caibalion é complexo, por isso recomendo a playlist chamada “O CAIBALION – Leitura comentada” da Profa. Lúcia Helena no YouTube formada por 15 aulas, onde ela comenta o Caibalion detalhadamente com enorme clareza. Eu assisti estas aulas várias vezes.

O fato é que a filosofia me instrumentalizou de conceitos e diferentes VISÕES da realidade. Estou mais consciente do sentido das coisas. Passei a olhar com coragem para as sombras de minha alma. É um exercício doloroso, de misericórdia, frustração e perdão, porque me descobri vulnerável e limitado. Me despertei para uma vida mais simples, apesar que, internamente, eu já estava à procura disso. A minha ansiedade foi se reduzindo à medida que respostas preenchiam a minha mente. Perguntas mais profundas e existenciais surgiam. Fiquei mais sedento por me conhecer melhor, entender o meu interior… o meu eu. E isso redirecionou a minha inquietude. Passei a olhar menos para fora e olhar muito mais para dentro de mim.

Na estrada

13- QUEM SOU EU DE VERDADE?
14- QUAL É A MINHA VERDADEIRA IDENTIDADE?

O exercício de AUTOCONHECIMENTO é individual e muitas vezes é um caminho longo, quase sempre uma estrada sem fim e sem retorno. Alguns buscam ajuda externa, como terapeutas, psicólogos e outros orientadores, o que me parece muito bom e eficaz. Outros buscam pessoas que passaram por processo semelhante para aprender com suas experiências e conselhos. O que também funciona muito bem para alguns. Outros buscam caminhos próprios, como meditação, leitura, autoestudo, qualquer meio que coloque a pessoa em profundo contato com ela mesmo. Este foi e é o meu caso!

Um dos conteúdos que mais me ajudou nesse caminho de autodescoberta foi a poderosa palestra “A arte de ser você mesmo”, de Caroline McHugh, no TEDx.

Nesta palestra, eu fui apresentado ao “Complexo do Eu” (Percepção, Persona, Ego e Self) e aos Intervalos de Possibilidade. O conceito dos Intervalos de Possibilidade é simples e poderoso: existem momentos em nossas vidas que se prestam a mudanças, que se apresentam como bifurcações em nossa linha da vida. São situações únicas em que você sente que o potencial para mudança é intensificado. Tais possibilidades podem abrir um novo caminho no curso de nossa existência, que poderão nos levar para uma nova direção e novas perspectivas de vida. Eu estava vivendo exatamente este momento em minha existência. No meu artigo “O desafio de se descobrir e ser você mesmo” eu apresento e discuto todos estes conceitos que aprendi com Caroline McHugh.

Esta busca pelo meu SELF, pela minha VERDADEIRA IDENTIDADE, ainda continua. Eu não sei se conseguirei um dia falar que cheguei lá. A filosofia mais uma vez tem sido importante nesta minha busca pessoal de me despir do “Mauro que conheço”, de fugir dos personagens que carreguei ao longo da vida, das minhas máscaras, preconceitos e vieses.

Para descobrir o meu sol interior, eu me joguei em muitas experiências diferentes. Por exemplo: participei do ritual do Cacau, Sound Healing, sessões de Cone Hindu, Roda de Homens, Constelação Familiar, sessões de biomagnetismo e outras mais. Mas nada foi tão forte e impactante como a minha consagração no Santo Daime, que provocou mudanças fundamentais em minha mente e conceitos pessoais sobre a vida.

Contei tudo, detalhadamente, no artigo “A minha experiência com o Santo Daime”. Apesar da tendência de analisar essa experiência de forma racional, o fato é que vivi uma incrível EXPERIÊNCIA ESPIRITUAL. Eu sou testemunha de que o espírito existe e que eu consegui acessá-lo. A experiência do Santo Daime me deu a certeza de que a morte não é o fim de tudo, é apenas uma passagem, porque nós não somos o corpo físico que ocupamos.

Na verdade, eu já tinha vivido uma experiência que havia me provado que a morte não é a finitude da vida. Foi uma experiência com a Regina, antes e depois de sua partida. Eu descrevi esta incrível experiência, em detalhes, no meu artigo “O beija-flor e a tatuagem”.

O beija-flor, pousado, para a minha foto

15- COMO CUIDAR DOS MEUS SENTIMENTOS?
16- COMO ME HARMONIZAR POR INTEIRO?

Nas dezenas de leituras tentando desvendar o que acontecia comigo a partir dos meus lutos, eu me aprofundei no estudo das 4 dimensões humanas existentes dentro de nós, interconectadas e inseparáveis: o corpo físico, o corpo energético, o corpo emocional e o corpo mental.

No exercício de aplicar as dimensões na minha realidade pessoal, eu determinei ações em várias áreas diferentes, como saúde, alimentação, conhecimento, relacionamentos, equilíbrio material, equilíbrio mental e bem-estar, atividade profissional e fechamento e abertura de ciclos. Tais decisões foram descritas no artigo “Em busca de sentido: as fases da vida”.

Corpo e mente em harmonia. Lidar com minhas vulnerabilidades. Viver integralmente o luto. Não lutar contra os meus sentimentos, mas deixá-los fluir. Gerar mais energia interna e mantê-la em alto nível. Fazer à vontade se impor à mente. Ter determinação para fazer. Aceitar a vida como ela é. Olhar mais para frente do que para trás. Gostar do que me parece estranho e diferente. Testar e ultrapassar os limites do meu corpo e da minha mente. Aceitar o desconforto contínuo. Tudo isso dominava a minha cabeça, eu não deixava passar nada e sentia uma transformação acontecendo dentro de mim.

Aprendi que o que faço com os meus sentimentos é uma decisão exclusivamente minha. Eu tenho a LIBERDADE DE ESCOLHER como quero viver e reagir perante cada situação que surge na minha frente no dia a dia.

Ao mesmo tempo, passei a observar melhor os sinais vindos do mundo a minha volta e como eu reagia internamente a eles. Os acontecimentos, as dificuldades, os dilemas, as ilusões, as soluções, a paz de espírito… tudo que eu vejo ou interpreto da vida está dentro da minha cabeça. A forma como eu penso, determina a maneira como sinto e vivo a vida.

Procurei fiquei mais aberto aos sinais do universo. Segundo o livro “O Alquimista”, de Paulo Coelho, o universo manda sinais. Este é um livro que conta uma fábula maravilhosa. Eis um trecho do livro: “Quando você quer alguma coisa, todo o universo conspira para que você realize o seu desejo”. O segredo da frase não está em sua superficialidade aparente, mas sim no que está por trás. Os nossos reais desejos são aqueles que nunca confessamos, nem a nós mesmos, porque eles estão no fundo do nosso subconsciente e da nossa alma: são os nossos pensamentos escondidos, as nossas intenções, a vitimização reconfortante e a alegria macabra da tragédia pessoal. Para a maioria de nós, essa é uma tampa que temos medo de abrir. Portanto, preferimos deixá-la intocável. Nós mesmos nos iludimos. O subconsciente é um mundo de luzes e sombras. Reconhecer as trevas dentro de nossa alma é uma viagem cruel de autoconhecimento e consciência pessoal, que denuncia a nossa verdadeira essência. É preciso coragem para olhar fundo dentro de nós, identificar as sombras, por mais difícil e doloroso que isso possa aparecer. Portanto, eu preciso ter cuidado não somente com o que eu falo e ou como ajo, mas principalmente com o que eu penso, dos meus desejos escondidos no canto mais profundo de minha alma, porque o universo vai conspirar para que eles se realizem. Se eu escolher por pensamentos rancorosos e melancólicos, o universo transformará isso na minha realidade de vida.

A liberdade é o dia de hoje, não é o futuro, nem muito menos passado. Eu escolho o que me alimenta e me valoriza. Pensar desta maneira me trouxe uma responsabilidade enorme e me tirou da posição de vitimismo.

Passei a olhar os sinais do universo, mas também passei a observar melhor os sinais vindos da minha mente e do meu coração, de dentro de mim. Esta é uma capacidade que venho desenvolvendo até hoje.

Recomendo o excepcional livro “A Escola dos Deuses” de Elio D´Anna, que narra a história de desenvolvimento e renascimento de um ser humano comum. Uma frase do livro me foi muito marcante: “um ser humano não pode mudar os fatos de sua vida, somente a maneira como os interpreta”.

O livro “O cavalheiro preso na armadura”, de Robert Fisher, conta uma fábula encantadora, que toca todas as pessoas que se sentem presas aos compromissos e às responsabilidades do mundo moderno, que se distanciaram daqueles que amam e que deixaram os seus desejos de lado. É um livro que fala sobre desapego.

O livro “As Sete Leis Espirituais do Sucesso”, de Deepak Chopra, é um livro que apresenta excelentes reflexões relacionadas à realização pessoal. É um livro fino, porém com conteúdo que gera muita reflexão.

Consagração do Santo Daime

17- COMO VIVER UMA VIDA MAIS LEVE?
18- COMO LIDAR COM A MINHA SÍNDROME DO IMPOSTOR?
19- COMO LIDAR COM MEU PERFECCIONISMO EXTREMO?
20- COMO DIALOGAR COM OS LOBOS QUE EXISTEM DENTRO DE MIM?

Sempre me considerei uma pessoa metódica, detalhista e exigente. Muitas vezes estas minhas características roubaram alegria e celebração pelas minhas realizações, transformando-se em um peso dentro de mim. Acho que até hoje nunca fico plenamente satisfeito com o que faço, aprecio parcialmente as conquistas e sempre tenho a sensação de que eu poderia ter feito melhor.

Em meus exercícios de auto-observação e autoconhecimento, estes pontos sempre estiveram em destaque. Hoje já consigo aceitar o “feito em vez do perfeito”, deixo coisas para fazer depois, estou menos detalhista e aceitando o “flow” da vida.

O “Complexo do Eu”, já citado em parágrafo anterior, me ajudou muito no entendimento do EGO, que de alguma forma se conecta diretamente com minha “síndrome do impostor”.

Estou descontruindo o meu perfeccionismo diariamente, de forma lenta, aos poucos, como uma bomba relógio. Este processo está intimamente ligado à leveza que desejo na vida. Contei esta minha história no artigo “Vencendo o meu perfeccionismo”.

Em determinado momento, eu criei a figura do Mr Hyde dentro da minha cabeça, que funcionava como uma espécie de “grilo falante”.

Tempos depois, substituí a imagem de Mr. Hyde por lobos.

Ao conhecer a lenda dos dois lobos (uma história tradicionalmente contada pelo povo indígena Cherokee dos Estados Unidos) eu consegui entender o que rola dentro de minha cabeça. Eu tenho vários lobos dentro de mim. Não são apenas lobos bons e lobos maus, mas lobos de todos os jeitos, espécies e dimensões. Sou que crio esses lobos, alimentando-os e dando espaço para eles dentro de minha mente. Lobos que surgem e desaparecem, que aceleram o meu desenvolvimento como ser humano e lobos que não me fazem bem. Ao entender isso, eu passei a observar como estes lobos se movimentam dentro de minha mente. Eu adotei esta metáfora dos lobos para me entender, me autoanalisar e ter consciência de ESTAR NO COMANDO dos meus pensamentos e decisões. Vale a pena ler o meu artigo “Os lobos dentro de mim”.

Cabo de Santa Marta, em Santa Catarina

21- COMO ENTENDER A MINHA MENTE?
22- COMO REPROGRAMAR MEU CÉREBRO?

No intuito de buscar mais conhecimento e recursos para cuidar e agir sobre meus sentimentos e emoções, foi inevitável entender como a minha MENTE funciona.

Como eu poderia REPROGRAMAR O MEU CÉREBRO para ressignificar tudo ao meu redor, entender o que está por trás dos meus sentimentos e emoções, identificar os gatilhos mentais e agir sobre eles? Eu pensava em agir intencionalmente sobre OS meus comportamentos.

Comecei a estudar NEUROCIÊNCIA. Li livros, escutei podcasts, até chegar na PNL – Programação Neuro Linguística.

Fiz cursos presenciais de PNL. Me formei como Practitioner e Master Practitioner em PNL. Nestes cursos, realizados em uma instituição super capacitada, eu aprendi técnicas e ferramentas que me ajudaram a entender como o meu cérebro funciona, como ressignificar as coisas na minha cabeça, como agir sobre meus pensamentos e reações, como me comunicar e relacionar melhor com as pessoas. Também aprendi técnicas básicas de hipnose. Não vou entrar em detalhes sobre PNL, mas afirmo que a PNL atuou de forma poderosa em minha consciência, para meu autoconhecimento e para minha transformação pessoal. Com a PNL ganhei uma caixa de ferramentas para atuar no meu cérebro.

Com o diploma de Master Practitioner em PNL

23- O QUE É UM SABÁTICO?
24- SERÁ QUE ESTOU VIVENDO UM SABÁTICO?
25- COMO REALIZAR UM SABÁTICO QUE VALE A PENA?
26- O QUE DEFINE O FINAL DE UM SABÁTICO?

Demorei um tempo para entender que eu estava vivendo um período sabático.

No entanto, ao estudar a respeito, eu aprendi algumas coisas sobre o que é um sabático de verdade. Uma delas foi não dar muitos ouvidos aos conselhos de amigos e colegas. Viajar é maravilhoso. Conhecer lugares novos é sensacional. Comer coisas diferentes é prazeroso. Mas a real viagem sabática, aquela que vale a pena, é aquela que acontece dentro de nós. É quando pulamos fundo dentro da gente para descobrirmos quem realmente somos, o que nós desejamos viver e realizar na vida terrena que temos. Esse é o melhor sabático! É o sabático que nos transforma e que nos liberta. Este foi um aprendizado e tanto.

Recomendo o livro “Sabático: o poder da pausa”, de Eberson Terra e Iara Vilela. Este não é apenas um livro de boas histórias, mas um livro que ajuda a pensar e planejar um período sabático de forma prática. Eberson e Iara viveram um sabático de verdade e compartilham seus aprendizados. Eu tive o privilégio de escrever o prefácio do livro.

Se estamos vivendo um sabático, o que será que determina o seu fim? Será que todo fim de sabático significa uma volta ao trabalho? Ou o começo de um novo trabalho? Ou um novo ciclo profissional? E se eu pudesse imaginar um sabático para sempre? Se seu conseguisse alinhar o meu trabalho com sentido de realização, propósito de vida, paz de espírito, sensação constante de desenvolvimento e crescimento como ser humano, ajudar outras pessoas para tornar o mundo um pouco melhor para se viver, talvez isso pudesse caracterizar um sabático para sempre. Talvez isso tenha um nome: LIBERDADE.

Se o sabático está intimamente conectado à liberdade, então o sabático pode não ser algo propriamente definido por um espaço de tempo, mas sim caracterizar uma filosofia de vida. Pensei: “quero um sabático sem fim”.

Em uma imersão de autoconhecimento na Chapada dos Veadeiros

27- O QUE FAZER COM A MINHA VIDA PROFISSIONAL?
28- O QUE FAZER SE NÃO ME IDENTIFICO MAIS COM A MINHA IDENTIDADE PROFISSIONAL?

Um ponto que muitas pessoas não se atentam, é que o momento da aposentadoria gera um sentimento semelhante ao luto. Ao se aposentar, a pessoa parece perder a identidade, a fonte de reconhecimento, o ambiente de acolhimento e de aceitação. Viver o início da aposentadoria é viver um sentimento de perda… é viver um momento de vazio, de reflexão, de incertezas, de transformação… parece que se abre uma janela sombria de transição em nossas vidas ou que o solo se abre. Ou seja, existe uma relação evidente entre aposentadoria e o processo de luto. Uma pessoa recém aposentada é uma pessoa em luto.

Por outro lado, uma pessoa, ao se aposentar, ganha uma linda oportunidade para viver um período sabático que pode levá-la para um novo estágio de vida. Foi assim que passei a ver a minha aposentadoria.

No começo do meu processo, eu tive conversas valorosas com Helena Tundisi, que iniciou como minha “Life Coaching” e virou minha amiga. Ela entortou minha cabeça com algumas perguntas e reflexões básicas, que foram crescendo, criando conexões, abrindo portas, apresentando possibilidades e caminhos… enfim, fichas foram caindo.

Importantes “insights” surgiram quando li o livro “A marca da vitória”, cujo autor é Phil Knight. Essa obra é uma autobiografia do criador da Nike. Eu li e reli alguns parágrafos que tinham intensa conexão com o meu atual estágio de vida. Ali estava um indício de resposta para as minhas inquietudes e incertezas. Eu não deveria me preocupar com a linha de chegada, porque naquele momento o importante para mim não era o destino, e sim o ATO DE AVANÇAR, caminhando ou correndo. Eu havia iniciado a corrida da minha nova vida e não podia parar. O que precisava era ir em frente, o mais rápido possível. E por caminhos diferentes daqueles que eu já havia trilhado, para fomentar a mente de desbravador.

Eu precisava esquecer as dúvidas, a dor e o passado, que me impunham LIMITES. Eu precisava silenciar o lobo interior que dizia: “faça o que te dá segurança, faça o que você sabe fazer, não se aventure nessa idade, não é hora de procurar algo novo, e sim de sossegar, de ficar na zona de conforto”. Se não fosse possível silenciar esse lobo, pelo menos eu precisaria negociar com ele para mantê-lo afastado a maior parte do tempo.

Nessa corrida da vida, a linha de chegada era coisa para pensar depois, até porque sou eu que defino esta linha, quando e quantas vezes desejar. Chega de ser o executivo ansioso e planejado, com alvo definido e planilha estruturada de atividades!!!

Uma frase bem conhecida, atribuída a Shunryu Suzuki, que rondava a minha cabeça: “Há muitas possibilidades na mente do principiante, mas poucas na do perito”. Essa frase me alertava que era necessário pensar e agir como um principiante. E, para isso, eu precisava abandonar a minha área de experiência passada (marketing e comunicação) para me abrir para outras coisas. Continuar na minha área antiga parecia limitar tremendamente o surgimento de OPORTUNIDADES e POSSIBILIDADES realmente novas, mantendo bolas de ferro nas minhas pernas e não me permitindo voar para novos horizontes. “Mente de principiante, mente de principiante, mente de principiante!” Eu vivia repetindo isso para mim. Mas como fazer?

Repensar a minha vida profissional foi algo que ocupou a minha cabeça nos últimos tempos.

Definitivamente abandonei qualquer pretensão de voltar a trabalhar em uma organização no formato que trabalhei durante décadas. Não quero mais me viver aquele modelo de vida profissional. Foi bom durante muito tempo, mas depois começou a me limitar e colocar obstáculos no meu caminho de desenvolvimento e criatividade. Fui ficando menos feliz. Também não desejo viver posições de liderança dentro do modelo de executivo que fui. Eu apresentei as razões no artigo “A liderança desnuda: o que está por trás do sorriso de quem lidera”.

Eu e algumas de minhas lembranças de executivo de “sucesso”

Três anos atrás eu tomei decisões inegociáveis comigo mesmo em relação a horas de trabalho, áreas de atuação, atividades e demandas. Estabeleci LIMITES E CRITÉRIOS, que não citarei aqui, mas o importante é dizer que carimbei uma visão dentro da minha cabeça sobre o trabalho que desejo a partir de agora.

Em uma profunda autoanálise, descobri que o mais gostei em minha jornada profissional foi a chance de desenvolver pessoas e construir equipes. Quaisquer novos caminhos para um futuro trabalho deveria envolver o desenvolvimento de profissionais e lideranças porque é isso que eu gosto e sei fazer bem.

Em 2021 me juntei ao Leading Zone, dentro do projeto Helping Hands, onde presto mentorias voluntárias (e gratuitas) para pessoas que precisam de ajuda em suas carreiras e negócios. Já realizei mais de 200 sessões de mentorias voluntárias.

A experiência no #LeadingZone tem sido gratificante para mim. Por isso tomei a decisão de continuar e aumentar lentamente a minha participação nessa jornada. Ao conversar com profissionais de todos os tipos, eu estou me atualizando do momento contemporâneo do trabalho e dos negócios, através da melhor via possível, que é o aprendizado através de histórias reais, pessoais, de desafios e transformações.

Cada conversa com um mentorado(a) é uma injeção na veia do que acontece no mundo. Estou fazendo uma espécie de MBA prático da vida profissional em múltiplos segmentos e experiências. Eles pensam que aprendem comigo, mas sou eu que aprendo com eles… até mais do que fazer cursos, estudar papers, ler livros e acessar conteúdo diário no LinkedIn. As conversas vão muito além da dimensão profissional, falamos sobre vida, filosofia e propósito. Na maioria das vezes, os mentorados(as) viram amigos(as).

Além da atividade no Leading Zone, prestei alguns trabalhos remunerados de mentoria para liderança, seguindo a direção que eu havia desenhado. Foi algo contido e um pouco experimental, para testar a minha capacidade e resultados. Gostei muito da experiência porque confirmou que este é o meu caminho.

Minha silhueta em uma das incríveis cavernas de Terra Ronca, Goiás

29- O QUE É SUFICIENTE PARA MIM?
30- QUANTO JUNTAR PARA PODER PARAR DE TRABALHAR?
31- O QUE É MINIMALISMO?
32- O QUE ACEITO ABRIR MÃO PARA QUE A MINHA VIDA SEJA VOLTADA PARA AS MINHAS PAIXÕES E CAUSAS?

A pergunta sobre “até quando trabalhar” sempre rondou a minha mente, mas sempre empurrava a resposta para frente, até porque eu não sabia a resposta. Esta pergunta está associada a outra questão: “O que é suficiente para mim?

Os livros “A Psicologia Financeira”, de Morgan Housel, e “Essencialismo”, de Greg McKeown, foram excelentes para refletir sobre questões essenciais do futuro e a vida que quero para mim. Aprendi a diferença entre riqueza e fortuna, o que me trouxe lucidez para algumas tomadas de decisão.

Ambos os livros falam em MINIMALISMO, que era algo que eu já procurava há algum tempo. De certa forma, em um movimento natural, a minha vida foi se tornando mais minimalista, mesmo não sabendo muito bem falar a respeito. O livro de Greg McKeown me ensinou a diferença entre minimalismo e essencialismo, o que permitiu trazer muito mais balanço para um desenho de viver que eu estava buscando.

Esta questão do que é SUFICIENTE para que eu viva a vida que desejo, me fez refletir sobre as coisas na vida que eu gosto e me motivam, paixões e causas, porque elas determinarão minhas escolhas. Ao conhecer o conceito japonês chamado Ikigai e aplicá-lo à minha existência, me surgiu bem evidente a importância de saber discernir entre PAIXÃO, VOCAÇÃO e MISSÃO. Fiz alguns exercícios sobre isso.

Quando determinei o meu suficiente, então foi possível determinar limites. Ao estabelecer limites e trazer o meu horizonte futuro para a vida presente, a minha mochila de vida ficou mais leve, trouxe luz e leveza para o que eu quero da minha vida, e gerou a maior fortuna que um ser humano pode aspirar: PAZ e LIBERDADE.

Uma cena das minhas longas e intermináveis viagens de trabalho… no passado

Numa entrevista, ouvi o José Mujica falar “Você é livre quando gasta o tempo de sua vida com coisas que te motivam, que você gosta”. Aquilo me bateu fundo. E depois ele fala; “A vida é uma aventura”.

A frase “A vida é uma aventura” nunca mais saiu na minha cabeça. Viver é estar aberto, provocar e aceitar mudanças, experimentar e saber conviver com o desconforto de novas descobertas e possibilidades. Aventura significa imprevisto, risco, peripécia, eventualidade, sorte, ventura, façanha, ousadia, proeza, mudança de direção, superação e êxtase. Por isso a frase do Mujica é simples e poderosa. Eu decidi fazer da minha vida uma grande aventura!

Talvez por isso que eu tenha me apaixonado por trilhas, caminhos e natureza. Nos últimos anos fiz muitos caminhos de longo curso, de centenas de quilômetros, subi o Monte Roraima, explorei as gigantescas cavernas de Terra Ronca e me tornei um visitante frequente da Chapada dos Veadeiros.

Assisti um vídeo no YouTube que somou mais elementos na organização de meus pensamentos em relação ao “o que é suficiente para mim”. Trata-se da palestra “Comentários Filosóficos sobre Bhagavad Gita”, com a Profa. Lúcia Helena Galvão, da Nova Acrópole.

A Prof. Lúcia Helena diz: “para que algo novo cresça dentro da gente, é preciso deixar algo para trás. O processo de substituição é universal e existe em toda natureza. A borboleta abandona a crisálida para se libertar.

Dito de outra forma: é preciso abrir mão de coisas para que novas coisas ocupem o seu lugar. Isso é mais fácil de imaginar quando falamos de bens materiais, mas o que acontece quando falamos de renunciar sentimentos, hábitos e crenças? Isso tem um nome: DESAPEGO.

É impossível dissociar o processo do que “é suficiente para mim” da “prática do desapego”. Portanto, eu tive que encarar o desapego.

Decidi mudar de casa. Pratiquei o desapego de bem materiais, desapego da minha identidade pessoal e profissional, desapego de meus hábitos e manias, desapego emocional pelo meu passado etc. Fui desligando todos os disjuntores da minha vida.

Nesta onda do desapego, eu idealizei a imagem da “MOCHILA DA VIDA”.

Quando comecei a fazer caminhadas de longo curso, aprendi mais uma lição importante: quanto mais leve a mochila, mais rápido e longe eu vou. Hoje carrego essa metáfora dentro de mim, aplicando-a nas minhas decisões, mesmo com dor e sentimento de culpa, por conta de algumas vezes achar que estou negligenciando o meu passado. Me imaginei caminhando para o futuro de transformação que almejo, carregando esse passado nas costas, como uma mochila. Muitas coisas do passado me pareceram pesado, inócuas, inúteis e sem propósito. O que eu tinha por aquilo tudo era apenas apego. O importante do meu passado eu já tenho na minha cabeça, nas minhas memórias, no cérebro e no coração.

Expedição ao Monte Roraima

33- QUAL A VIDA QUE EU QUERO?
34- COMO ESTABELECER UM NOVO CONTRATO DE VIDA PARA MIM?

Com tudo que aprendi e vivi, me senti pronto para repensar a minha vida, assumir compromissos e assinar uma espécie de contrato comigo mesmo.

Eu já havia pensado na ideia de estabelecer um novo contrato de vida durante a fase do luto. Naquela época, aquele pensamento era apenas uma fórmula criativa, um desejo, porque eu não tinha uma consciência minimamente expandida para repensar a minha existência. O tempo foi passando e a ideia e o desejo continuaram adormecidos em minha mente.

Ao longo do tempo tudo foi ficando mais luminoso. Fiquei mais consciente de quem eu sou e do que desejo ser, mesmo com muitas coisas ainda por descobrir e construir.

Recentemente consegui estabelecer alguns mandamentos, hábitos e condutas para a minha vida, que traduzem a minha “filosofia do viver”. Defini 26 mandamentos que foram aprimorados ao longo dos últimos anos, com pitadas de uma nova visão do meu universo. Escrevi isso como um exercício e não como algo rígido a ser seguido. Escrever ajuda a estabelecer e formalizar COMPROMISSOS.

De todas as atividades que fiz, a mais importante foi um experimento que fiz comigo mesmo no meio do luto. Naquela época, eu escrevi um longo texto refletindo o meu estado de espírito, sentimentos, reflexões e planos que eu vivia naquele período de 2020. O meu experimento previa escrever um novo texto, exatamente três anos depois, para ver o quanto eu teria mudado (ou evoluído) em pensamento, perspectiva e planos práticos de vida. E foi isso que fiz!

Os dois textos parecem falar de dois seres humanos diferentes. Tais diferenças mostram o quanto podemos evoluir e nos transformarmos ao longo do tempo, basta reconhecermos o rio caudaloso cortando o nosso caminho, nos jogarmos nele, aceitarmos a correnteza, aproveitarmos a viagem e vivê-la integralmente. Este experimento e os dois textos estão descritos no artigo “Reescrevendo o contrato da minha vida”.

Passei a ser um obcecado por pedras

35- UMA PESSOA EM LUTO VAI SORRIR DE NOVO?
36- UMA PESSOA QUE PERDEU UM GRANDE AMOR PODE ENCONTRAR UM NOVO GRANDE AMOR?

Certamente uma pessoa em luto vai sorrir de novo, vai entender que a vida continua e vale a pena, que um passado lindo não inviabiliza um possível futuro maravilhoso e que coisas extraordinárias ainda podem acontecer na vida de pessoas enlutadas.

Com sorte, uma pessoa que perdeu um grande amor, pode encontrar um grande amor novamente. E, mesmo encontrando o amor novamente, nada do que foi vivido ficará para trás, nada será esquecido ou negligenciado, nada será apagado, porque o passado fica para sempre dentro da gente.

Lembro muito bem que a Regina, em seu último ano de existência, já sabendo do desfecho inevitável, puxou conversas comigo sobre a nova companheira que eu deveria ter na minha futura vida. Regina tomava a iniciativa de conversar comigo sobre esse assunto, apesar de me provocar enorme incômodo. Ela dizia que eu não saberia viver sozinho e que eu precisaria viver com uma nova parceira depois de sua partida. Por diversas vezes, ela me deu instruções das características e habilidades que essa parceira deveria ter, para que eu realmente estabelecesse um novo ciclo de felicidade na minha vida. Eu não consigo descrever o que eu sentia durante essas conversas e como tais diálogos ainda repercutem na minha cabeça.

O fato é que as projeções da Regina sobre a minha nova vida começaram a fazer sentido e prognósticos se tornaram realidade. Um novo grande amor surgiu na minha vida. As estrelas se alinharam no céu e colocaram uma pessoa maravilhosa na minha frente, pela qual me apaixonei. E não me apaixonei somente por ela, mas também por uma nova perspectiva de vida, por tudo que vou construir com essa pessoa.

O fato é que eu não estava procurando por uma nova parceira na minha vida. A Valéria muito menos. Mas o amor é imprevisível e improvável. Ele simplesmente aparece, invade as nossas vidas, ocupa espaço, cria amarras e nos transforma.

Engana-se quem pensa que, ao me apaixonar pela Valéria, eu esqueci da Regina. As coisas não funcionam assim. A Regina está presente no meu relacionamento com a Valéria, porque a vida, a morte e o amor da Regina fizeram de mim a pessoa com quem a Valéria se apaixonou e está se relacionando. Eu não deixei a Regina para trás porque ela sempre será parte da minha existência. O fato é que dois mundos se desenrolam ao mesmo tempo dentro de mim. A Regina se tornou passado. A Valéria é o presente e o futuro.

Minhas tatuagens

Meu amor pela Regina e meu amor pela Valeria não são excludentes, muito menos são sentimentos opostos. Eles caminham juntos porque Valéria e Regina fazem parte da mesma trama, da mesma teia, do mesmo livro. As páginas viram, os capítulos mudam, mas o livro é o mesmo… o livro da minha vida! Páginas não podem ser apagadas, muito menos arrancadas. Apenas novas páginas se somam ao meu livro.

Minha amada Valéria tem sido uma companheira fundamental no meu caminho de transformação. Ela potencializou ao máximo a minha RESSIGNIFICAÇÃO. Ela é o despertar do que existe de melhor dentro de mim, é a evidência de que o amor se renova e que a vida é maravilhosa. Com ela me sinto protegido e abraçado, me sinto um ser humano melhor e mais pleno. Com ela, a vida faz sentido e vejo um horizonte de possibilidades infinitas. O que sinto é um AMOR PROFUNDO e VERDADEIRO. A minha maturidade, lucidez e consciência me permitem afirmar que, com a amada Valéria, eu estou vivendo a fase mais extraordinária da minha vida.

No dia 27 de janeiro de 2024, eu me casei com Valéria em Goiânia, em uma cerimônia intimista, com nossas famílias e amigos próximos. Atravessei o portal.

Eu e Valéria em uma Imersão na Chapada dos Veadeiros

37- COMO EVOLUIR NO MEU DESENVOLVIMENTO PESSOAL E EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA?
38- COMO EXPLICAR A ESPIRITUALIDADE SOB O PONTO DE VISTA FÍSICO E CIENTÍFICO?
39- QUAL É A INTERSEÇÃO ENTRE CIÊNCIA, ESPIRITUALIDADE E DESENVOLVIMENTO PESSOAL?
40- COMO O CAMPO DE ENERGIA HUMANA AFETA NOSSOS RELACIONAMENTOS E DOENÇAS?

As questões acima são as que estou vivendo agora. Não tenho respostas, apenas mais perguntas.

Eu e Valéria iniciamos um curso de Vedanta, que deve durar dois anos. Vedanta é uma filosofia espiritual que tem origem nas escrituras sagradas dos Vedas da Índia. Inclui o estudo de textos e ensinamentos para trazer autoconhecimento e maior consciência sobre a realidade que vivemos. Este curso nos alimenta com mais recursos para nosso DESENVOLVIMENTO PESSOAL E ESPIRITUAL.

O meu lado racional de engenheiro alimenta recorrentemente a busca por entender a espiritualidade, a alma e a reencarnação sob o ponto de vista físico e científico. Minhas buscas e estudos sinalizam que a explicação tem por base a física e mecânica quântica. Este é um novo campo de estudo onde me joguei. Encontro algumas respostas científicas e outras não tão científicas, que estão me levando para outras áreas de interesse, que tocam o extraordinário, o conhecimento esotérico e linhas de pensamento que questionam frontalmente dogmas instituídos pela sociedade.

Livros incríveis como “A Biologia da Crença”, de Bruce Lipton, “Mãos de Luz”, de Barbara Ann Brennan, e “O Campo” de Lynne McTaggart, balançam todos os conceitos das leis universo e da vida humana que eu tinha na cabeça. As experiências pessoais que passei nos últimos anos corroboram o que estes livros apresentam de forma tão clara e evidente. Estou estudando epigenética, campo de energia humano, chacras, percepção da aura e cura energética. Os três livros são obras revolucionárias e estão me ajudando a estabelecer uma conexão profunda com a força espiritual que existe dentro de mim. Estes livros sinalizam o início de uma grande mudança do meu entendimento de mundo, universo e vida humana. Sinto uma grande transformação em curso. Cabe dizer que Bruce, Barbara e Ann são cientistas, portanto tais livros tem uma forte pegada científica.

Vivo uma fase de enorme interesse em estudar a origem do universo e da raça humana, mas não tendo por base uma abordagem religiosa tradicional ou uma abordagem limitada do tipo newtoniana ou darwiniana. Estou com a cabeça completamente aberta, tendo a certeza de que religiões ou conceitos científicos encapsulados não me darão as respostas. Por isso estou relendo algumas obras de Erich Von Daniken (que li quando adolescente) e recentemente descobri Zecharia Sitchin, que para muitos é um louco profundamente criativo ou um teórico da conspiração. O fato é que estes “loucos” colocam elementos na mesa que balançam nossas crenças mais profundas e fazem coisas inexplicáveis fazerem sentido. Com este espírito, estou estudando o projeto micaélico, anunnakis e realidade holográfica, que são áreas muito radicais para um engenheiro como eu.

Recomendo o livro “Futuro(s)” de Ligia Zotini, onde a autora faz um exercício dos diversos possíveis futuros para humanidade… futuros prováveis e desejáveis. O interessante do livro é que ele fala de “tecnologias humanas”, no campo físico-emocional-energético, e habilidades de consciência expandida. O livro é repleto de referências, QR Codes e vivências. Enfim, o livro é uma “viagem” porque ele junta tudo… quase tudo. Eu gostei tanto do livro, que fiz até um post dedicado a ele, chamado “Futuro(s): o livro que é uma pequena joia“.

Estar aberto a tudo isso é aceitar que as coisas não são exatamente como a sociedade e a ciência estabelecida nos impõe, mas estando atento para não adotar teorias ou conceitos sem juízo de valor e ponderação. Estudo para aumentar o meu repertório de conhecimento, expandir a consciência e desenvolver o meu próprio ponto de vista.

Não somos seres sólidos. Somos seres formados de energia. Somos capazes de realizar coisas incríveis a partir da energia que emanamos e recebemos. A nossa vida não termina na morte. Somos seres espirituais. O mundo é multidimensional, indo muito além das três dimensões que conhecemos. Espaço e tempo são conceitos criados por nós, seres humanos, mas provavelmente muito diferentes no universo verdadeiro que desconhecemos. Tenho muito por descobrir.

Uma foto feita por mim da Via Láctea, com meu celular, na Chapada dos Veadeiros

A FASE MAIS MARAVILHOSA DA MINHA VIDA

Eu nunca me senti tão dono de mim como agora, com tanto poder e autonomia, com tanta consciência e clareza das coisas, independência, vontade de aprender coisas novas, buscar novas experiências e evoluir como ser humano, na forma mais integral possível. A palavra por trás disso tudo é LIBERDADE.

A forte luz libertadora que me ilumina não vem apenas por conta da maturidade alcançada aos 63 anos de idade, mas principalmente como consequência de todo processo que vivi, que ainda vivo, e que compartilhei na história deste artigo, de forma honesta, transparente e corajosa. Aliás, coragem é uma das palavras que mais tenho trabalhado na minha cabeça.

Vivo a fase mais maravilhosa da minha vida. Vivo o entusiasmo de alguém que está realizando uma JORNADA, com muito ainda por descobrir, aprender e conquistar. Me sinto amado, protegido e abençoado. Acredito incondicionalmente que tudo que a vida me oferece vem para o meu bem e desenvolvimento. Faço de cada fato uma oportunidade. Como diz Edith Eva Eger: é sempre uma questão de ESCOLHA.

Caminho dos Anjos – Vale Europeu, Santa Catarina